O Grupo Vita já recebeu 84 denúncias de abusos sexuais no contexto da Igreja Católica, no espaço de dez meses.
Em comunicado enviado este domingo à Renascença, este grupo constituído para apoiar as vítimas revela que 12 pessoas pediram uma reparação financeira, até agora.
Trata-se de um ligeiro aumento depois de, numa entrevista ao programa Hora da Verdade, da Renascença e do jornal Público, publicada a 7 de março, Rute Agulhas, a coordenadora do Grupo Vita, ter dado conta de 83 denúncias por parte de vítimas e 11 pedidos de indemnização.
De acordo com a informação avançada este domingo, "realizaram-se 52 atendimentos, sendo que mais atendimentos estão agendados para breve". Várias pessoas mantêm um processo de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico regular.
Além da atualização do número de casos, o Grupo Vita adianta que os seus profissionais vão receber uma formação por parte do Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC), do INEM, a 21 de março.
"Esta formação justifica-se tendo em conta os atendimentos telefónicos que o Grupo VITA assegura, muitas vezes em situação de crise, com ideação suicida ou mesmo homicida. Neste contexto, é fundamental reforçar as competências dos elementos do Grupo VITA para intervenção em crise e em situações de emergência", refere o Grupo Vita, em comunicado.
Sobre as ações de formação e capacitação das diversas estruturas eclesiásticas, estão já agendadas iniciativas "dirigidas a catequistas, professores de Educação Moral e Religiosa Católica, docentes de escolas católicas e professores de escolas públicas (esta última, a pedido da Direção Geral de Educação). Será ainda iniciado um novo ciclo formativo dirigido aos diversos Institutos Religiosos".
O Grupo Vita adianta que o segundo relatório de atividades será apresentado em Fátima, no dia 18 de junho.
Quem quiser contactar o Grupo VITA pode fazê-lo através da linha de atendimento telefónico (91 509 0000) ou do formulário para sinalizações, já disponível no site www.grupovita.pt.