A moção de rejeição que o PSD e o CDS vão apresentar ao programa do Governo socialista é um erro político, afirma o líder do partido Livre - Tempo de Avançar, Rui Tavares, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.
"A direita está a invalidar o seu próprio argumento, ainda há poucas semanas, de que uma moção de rejeição é uma coisa para a usar só em casos extremos", argumenta o antigo eurodeputado.
Rui Tavares acrescenta: “PSD e CDS estão a forçar a esquerda, e do meu ponto de vista isso até é positivo, a legitimar este programa".
Nesta entrevista à Renascença, o historiador aconselha a direita a moderar a sua reacção a esta situação, porque "de cada vez que se põe numa posição inflexível de provocação em relação à esquerda, está a dar à esquerda razões para consolidar e sedimentar os seus entendimentos". "Se calhar, nem deveria dizer isto", sublinha o líder do Livre - Tempo de Avançar.
Quanto às próximas eleições presidenciais, Rui Tavares alerta para os riscos de a multiplicidade de candidatos a esquerda poder dar, de mão beijada, a vitória a Marcelo Rebelo de Sousa logo na primeira volta, como aconteceu com a primeira eleição de Cavaco Silva.
Rui Tavares considera, por isso, errada a estratégia do Bloco de Esquerda e do PCP de apresentarem candidatos partidários, Marisa Matias e Edgar Silva, respectivamente.
“Não nos parece correcto que, nas eleições presidenciais, os partidos apresentem candidatos presidenciais para marcar o seu terreno. A estratégia do PCP e do Bloco envolver riscos de permitir que a direita ganhe à primeira volta ou que o candidato da esquerda que passe à segunda volta acabe por não ser o candidato com mais hipóteses de ganhar”, conclui o líder do Livre – Tempo de Avançar.