O Relatório sobre a Liberdade Religiosa no mundo só será apresentado em abril, mas, já esta terça-feira, a Fundação AIS em Portugal faz saber que “tem vindo a piorar”, dando nota de que “há sinais de uma crescente hostilidade e ressentimento em relação aos crentes na Europa”.
De acordo com o presidente executivo internacional da fundação, Thomas Heine-Geldern, citado pela AIS Portugal, a situação “tem vindo a piorar em todo o mundo”, tendo-se agravado por causa das consequências da pandemia do novo coronavírus.
“Durante este tempo, muitos cristãos, já oprimidos, sofreram uma verdadeira via sacra de pobreza, exclusão e discriminação”, afirma Heine-Geldern, explicando que “houve muitos ataques” contra esta comunidade religiosa, a mais perseguida em todo o mundo.
O presidente executivo internacional da Fundação AIS exemplifica com os casos de África “que voltou a ser um continente de mártires”, do Médio Oriente, cuja situação é, “em geral, extremamente grave” e onde continua a persistir a ameaça jihadista apesar de haver “alguns pequenos sinais de esperança”, e com a Ásia, onde “movimentos nacionalistas e regimes autoritários estão a dificultar a vida a muitos cristãos”.
Thomas Heine-Geldern alerta, depois, para o facto de nem sempre a discriminação ou perseguição ser claramente percetível, referindo-se à Europa, onde tem crescido a hostilidade contra os crentes, apesar da pouca atenção que estes casos têm merecido por parte dos meios de comunicação social.
“Em muitos países do mundo, embora não haja perseguição pública visível há cada vez mais ressentimento e hostilidade em relação aos crentes. Isto está a tornar-se cada vez mais evidente na Europa”, denuncia o presidente executivo internacional da Fundação AIS.
De acordo com Heine-Geldern, “os cristãos de hoje são confrontados em duas frentes com um ataque radical e profundamente enraizado”, havendo a tentativa de “destruir as raízes cristãs da sociedade e construir uma sociedade exclusivamente individualista, sem Deus”.
O próximo Relatório sobre a Liberdade Religiosa produzido pela Fundação AIS, que vai abordar o período entre o final de 2018 e a atualidade, dá enfâse também à violência da responsabilidade de grupos terroristas cada vez mais visível no mundo islâmico.
Heine-Geldern dá nota da “tentativa de radicalizar os indivíduos e impor à força uma visão fundamentalista do mundo Islâmico” em várias regiões do globo, “semeando o terror e a violência e falsificando a religião e o nome de Deus”.
O Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo é publicado pela Fundação AIS, de dois em dois anos, no mês de novembro, o que não aconteceu no último ano. Devido à pandemia da Covid-19, a publicação ficou adiada para o mês de abril de 2021.