CDS acusa esquerda de "boicotar" inquérito à gestão da Caixa
27-01-2017 - 10:49
 • Paulo Ribeiro Pinto

Centristas vão avançar com dois requerimentos para obrigar a novas audições de Armando Vara e Mário Centeno.

O porta-voz do CDS-PP acusou a esquerda de boicotar as audições da comissão de inquérito parlamentar à gestão da Caixa geral de Depósitos

Na reunião de coordenadores desta manhã, PS, PCP e Bloco de Esquerda travaram o prolongamento da comissão, para permitir analisar novos documentos e ouvir o ministro das Finanças e o ex-administrador Armando Vara.

O deputado centrista João Almeida acusa a maioria de esquerda de estar a boicotar o trabalho da comissão. "Há três grupos parlamentares que anunciaram que não viabilizarão mais nenhuma audição para além das quatro que esses grupos propõem, obviamente o PS, o PCP e o BE. O que se passa neste momento, em que o parlamento conseguiu uma decisão histórica da parte do Tribunal da Relação no que diz respeito a acesso à documentação, há três partidos que querem boicotar aquilo que os tribunais consideram ser um poder do parlamento em representação dos cidadãos", lamentou.

O CDS vai avançar com dois requerimentos para obrigar a novas audições.

João Almeida esclareceu que o partido irá "exercer todos os direitos potestativos" para ouvir Armando Vara e Mário Centeno, sendo que o PSD tem também oito pedidos de audição pendentes.

Os requerimentos para audições vão ser votados na próxima reunião ordinária da comissão de inquérito, quinta-feira, que é presidida pelo social-democrata Matos Correia.

Em 18 de Janeiro, o Tribunal da Relação decidiu dispensar o dever de sigilo bancário da CGD, Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, determinando que disponibilizem a informação pedida pelos deputados no âmbito do processo de recapitalização do banco.

A comissão de inquérito tomou posse a 5 de Julho e viu o seu prazo prolongado recentemente por mais dois meses. O objecto dos trabalhos visa a gestão do banco público desde 2000, abordando ainda factos que levaram ao processo de recapitalização, aprovado por Bruxelas.