​Papa critica falta de reconhecimento e apoio às famílias
07-10-2015 - 11:54
 • Ângela Roque

Francisco considera que as relações humanos parecem actualmente “desidratadas, áridas e anónimas” e necessitadas de uma “robusta injecção de espírito famliar”.

O Papa considera que a política e a economia não dão o reconhecimento e o apoio necessário à família, durante o seu discurso na audiência geral, celebrada na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Francisco dedicou o discurso à família, num momento em que decorre o sínodo dos bispos sobre o tema.

“Não se dá à família o devido peso, reconhecimento e apoio nas organizações políticas e económicas da sociedade contemporânea", afirmou o Papa, acrescentando que "a família requer toda a nossa atenção e cuidado e o sínodo deve responder a este pedido".

Desde segunda-feira, 270 prelados encontram-se reunidos no Vaticano para debater e dar uma resposta por parte de Igreja Católica aos "desafios" que são actualmente colocados às famílias.

Nos dias de hoje, o Papa afirmou que as relações humanas parecem "desidratadas, áridas e anónimas", pelo que "se sente a necessidade de uma robusta injecção de espírito familiar".

“Não só a organização da vida comum encalha cada vez mais numa burocracia completamente estranha aos laços humanos fundamentais, mas também os costumes sociais e da política dão mostras, muitas vezes, de sinais de degradação - agressividade, vulgaridade, desprezo -, que estão bem abaixo do limiar de uma educação familiar mínima”, sustentou.

Francisco assegurou que a família dá "a toda sociedade uma perspectiva mais humana", pois "permite estabelecer vínculos de fidelidade, sinceridade, cooperação e confiança".

"Para a Igreja Católica, o espírito da família é como a sua carta magna: a igreja é e deve ser a família de Deus", acrescentou.

O Papa pediu que o entusiasmo dos padres, "animados pelo Espírito Santo", no sínodo dê um novo impulso à Igreja e que "se abandonem as velhas redes e que se volte a pescar".

Neste contexto, o Papa sustentou que as famílias são “uma das redes mais importantes” para a sua missão e a da Igreja, “não uma rede que faz prisioneiros”, mas que “liberta das águas estragadas do abandono e da indiferença”.