Os dois eurodeputados do PCP são dos que mais demonstram o seu apoio a Moscovo através do voto no Parlamento Europeu.
Uma análise do jornal independente russo Novaya Gazeta a 22 deliberações em Bruxelas concluiu que, entre 2019 e 2023, o Partido Comunista Português foi o que mais vezes votou contra ou se absteve em resoluções para condenar ou sancionar decisões do Kremlin.
Só um partido votou contra em mais deliberações anti-Putin, na atual composição atual do Parlamento Europeu - o Partido Comunista da Grécia -, com o PCP a votar contra em 15 dos votos e a abster-se em quatro, condenando o regime da Rússia e a Vladimir Putin por apenas duas vezes.
Sandra Pereira, eleita em 2019, é a terceira eurodeputada mais “pró-Putin”, segundo a análise, com os dois eurodeputados gregos a liderarem a tabela do número de resoluções anti-Rússia às quais votaram contra.
O outro representante do PCP no Parlamento Europeu é João Pimenta Lopes, que substituiu João Ferreira, candidato nas eleições autárquicas à Câmara Municipal de Lisboa.
Além dos partidos comunistas, são os partidos radicais e de extrema-direita que mais votam contra, na hora de condenar o regime de Moscovo: o francês União Nacional (RN), de Marine Le Pen, o checo Liberdade e Democracia Direta e o Alternativa para a Alemanha (AfD).
Desta forma, o RN e a AfD continuam a ser os partidos mais “úteis” para o Kremlin, uma vez que ocupam, respetivamente, 19 e 9 lugares no Parlamento Europeu.
Um dos votos do PCP contra o regime de Moscovo aconteceu uma semana após o início da guerra na Ucrânia, quando os comunistas não condenaram a Rússia pela invasão.
Os eurodeputados Sandra Pereira e João Pimenta Lopes foram dois dos 13 votos contra, numa votação que teve 637 votos a favor e 26 abstenções. Em comunicado, o partido referiu na altura que a resolução era “profundamente negativa”.
Um ano depois, por altura do aniversário de guerra, Sandra Pereira manteve o voto contra, referindo que a resolução que condena a Rússia pela guerra na Ucrânia “branqueia o envolvimento dos EUA, NATO e UE”.