"Hoje é o dia". António Costa prefere acordo, mas avisa que pode nacionalizar a TAP
01-07-2020 - 12:20
 • Inês Braga Sampaio

Primeiro-ministro diz que a companhia aérea está a caminho de ter uma solução estável.

O primeiro-ministro português, António Costa, prevê que a questão da salvação da TAP fique resolvida já esta quarta-feira, de preferência por via de acordo com os privados e sem necessidade de nacionalização.

Em declarações aos jornalistas, António Costa avisou, no entanto, que se a posição dos privados a isso obrigar, avançará para "um ato de imposição do Estado", que obrigaria a investimento adicional de 20%.

"A TAP está seguramente a caminho de ter uma solução estável que assegure a Portugal manter a sua companhia, que é fundamental para a nossa continuidade territorial, para a nossa ligação ao mundo, para o desenvolvimento económico do país. Estou certo que, se não hoje, no limite nos próximos dias, teremos uma solução final. Se tivesse de apostar, diria que hoje é o dia da solução para a TAP e espero que negociada e por acordo com os nossos sócios privados e não com um ato de imposição do Estado. Se for necessário, cá estaremos para isso. Esperemos que não seja", afirmou, em declarações aos jornalistas.

Costa conta ultrapassar diferendo "muito rapidamente"


A primeira proposta do Estado para ajuda à TAP SGPS foi chumbada pelo Conselho de Administração da companhia aérea, conforme admitiu o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, na terça-feira. A proposta era para um empréstimo de até 1.200 milhões de euros.

O negócio entre o Estado e a Atlantic Gateway, empresa de David Neeleman e Humberto Pedrosa que detém 45% do capital da TAP, terá falhado porque, segundo o "Eco", o Governo queria que 217 milhões de prestações acessórias dos privados passassem a capital social, condição que o empresário norte-americano teria recusado.

No entanto, Pedro Nuno Santos manifestou intenção de não deixar cair a TAP, algo que seria, acredita, "um desastre económico e social": "Vamos submeter a proposta ao sócio privado e esperamos que aceite."

Questionado, esta quarta-feira, na cerimónia de reabertura das fronteiras com Espanha, em Elvas, se conta com Pedrosa e Neeleman para o acordo pela TAP ou só com um dos dois empresários, António Costa manifestou a crença de que "a questão será ultrapassada muito rapidamente".