Bispo do Porto e presidente da Comunidade Judaica juntam-se para ver “1618”
28-09-2022 - 13:31
 • Henrique Cunha

O filme “1618” foi apresentado nos maiores festivais internacionais em todos os continentes e chega agora às salas de cinemas em Portugal com mais de 70 prémios arrecadados

O bispo do Porto e presidente da Comunidade Judaica juntam-se para ver o filme “1618”, uma obra baseada em factos reais e que “traz a lume a história da entrada da Inquisição no Porto”.

A estreia nos cinemas nacionais está marcada para quinta-feira e, no dia seguinte, o bispo D. Manuel Linda e o presidente da Comunidade Judaica, Gabriel Senderowicz, juntam-se no Museu Judaico do Porto para a visualização conjunta.

De acordo com uma nota divulgada pelo Museu Judaico do Porto, a longa-metragem é “baseada em factos reais” e “transporta-nos até à cidade do Porto, no ano de 1618”.

“O visitador da Inquisição, Sebastião de Noronha, dirige-se à cidade, onde muitos cristãos-novos são suspeitos de praticar heresias judaizantes. Sucedem-se as denúncias anónimas, as buscas domiciliárias, as prisões arbitrárias, os ódios e a exposição pública das principais figuras da comunidade cristã-nova. No entanto, as autoridades judiciárias e os padres do Porto opõem-se à Visitação. O tribunal eclesiástico é mesmo cercado por guardas a cavalo por ordem do Tribunal da Relação, o que leva o Visitador a viajar para Madrid para fazer queixa ao Rei D. Filipe II”, lê-se na nota.

O filme “1618” foi apresentado nos maiores festivais internacionais em todos os continentes e chega agora às salas de cinemas em Portugal com mais de 70 prémios arrecadados, tornando-se o filme português mais premiado de sempre.

Realizado por Luís Ismael, "1618" conta com nomes conhecidos do público português como Pedro Laginha, Catarina Lacerda, Heitor Lourenço e Pompeu José.

Para o realizador Luís Ismael, “o filme parte de casos verídicos e traz a lume a história da entrada da Inquisição no Porto, que foi à procura de delatores que acusassem pessoas que tinham práticas judaicas. Mas tanto a população, como as autoridades da cidade revoltaram-se com esta intromissão da Inquisição”.

O Museu Judaico do Porto sublinha que o filme conta com a participação de 1.200 figurantes e “é uma das maiores e mais complexas produções cinematográficas realizadas em Portugal”.

O filme é distribuído pela Cinemundo e as receitas obtidas em Portugal reverterão para fins de solidariedade social.