A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclarece que o inquérito 'E-Toupeira' tem cinco arguidos e que a magistrada cujas credenciais informáticas foram usadas sem o seu conhecimento ou consentimento não é suspeita, nem visada na investigação.
Segundo nota do gabinete de imprensa da PGR, o inquérito 'E-Toupeira' apurou que foram, designadamente, usadas credenciais informáticas de uma magistrada do Ministério Público que, neste momento, se encontra colocada na coadjuvação da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), mas que "tal utilização efetuou-se sem o conhecimento ou consentimento da titular das credenciais, a qual, sendo completamente alheia ao sucedido, não é, nem nunca foi, suspeita ou visada na investigação em curso".
Em causa está a utilização de credenciais alheias para aceder à aplicação Citius e, desta forma, recolher informação relacionada com processos, designadamente envolvendo o Sport Lisboa e Benfica.
O inquérito, dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, tem por objeto factos suscetíveis de integrarem crimes de corrupção, peculato, violação do segredo de justiça, favorecimento pessoal, falsidade informática, acesso ilegítimo e burla informática, indica o mesmo comunicado.
A PGR lembra que na sequência das detenções efetuadas, na quarta-feira foram apresentados a primeiro interrogatório judicial dois arguidos, tendo a juíza de Instrução Criminal decidido aplicar a um dos arguidos a medida de coação de prisão preventiva. O outro ficou sujeito a proibição de contactos com os restantes arguidos.
A prisão preventiva foi aplicada ao funcionário judicial do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) José Silva, tendo o assessor jurídico do Benfica Paulo Gonçalves sido colocado em liberdade, mas sujeito à proibição de contactar os outros arguidos.
Nesta investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária e tem a colaboração do IGFEJ.