O secretário-geral da Confederação de Agricultores Portugueses (CAP), Luís Mira, diz que "a compensação que é dada para a seca em Portugal permite alimentar uma vaca durante 11 dias".
O responsável lamenta deste modo o que considera ser a inércia do governo no apoio aos agricultores para mitigar os efeitos da seca que, em abril deste ano, já se sentia em quase 80% do território nacional.
Mira, também engenheiro zootécnico, acusa o governo de levar mais dois meses que Espanha a pedir ajuda à União Europeia.
"Nós avisamos, mas todo o processo administrativo foi lento por parte do ministério da agricultura. Os espanhóis já têm esta ajuda processada há cerca de dois meses e nós só deveremos receber até ao fim do ano", atira.
O dirigente da CAP alerta ainda que "a pecuária extensiva está a passar um momento terrível que não há memória" e acrescenta que "muitas pessoas tiveram de vender parte dos efetivos porque não tinham dinheiro para comprar alimento para lhes dar".
A CAP vai participar, esta sexta-feira, numa reunião da comissão permanente da seca - coordenada pelo ministério da agricultura -, em que manifestará desagrado pela solução apresentada pelo governo.
Na última reunião, a 7 de julho, a ministra da agricultura Maria do Céu Antunes, anunciou um apoio de 35 milhões de euros, onze dos quais com financiamento da União Europeia.