O homem que maltratou, agrediu e manteve a mãe de 84 anos fechada em casa durante mais de um ano em Rio Tinto, no concelho de Gondomar, foi esta quinta-feira condenado a sete anos e dois meses de prisão.
Durante a leitura do acórdão, no Tribunal São João Novo, no Porto, o juiz presidente disse que o que o agressor fez à sua mãe é "algo inqualificável".
"Espero que aproveite esse tempo (na prisão) para pensar naquilo que fez", afirmou.
O magistrado recordou que, quando a mulher foi ouvida em tribunal assumiu que o filho, que adotou com cinco anos, lhe batia, insultava e deixava passar fome. Além disso, contou que o filho, de 46 anos, lhe roubou o dinheiro e o ouro todo, lamentando "não poder dizer bem dele", lembrou.
O juiz do coletivo salientou que quando a PSP e os bombeiros foram a casa onde vivia agressor e vítima, após uma denúncia de maus-tratos, o homem agrediu às autoridades, algo "muito grave".
Esta é a segunda vez que este homem é julgado por maus-tratos à mãe, tendo em 2017 sido condenado a três anos de prisão efetiva.
Contudo, depois de libertado em 2020, a idosa aceitou o filho de volta.
A idosa foi resgatada em casa pela PSP a 4 de março de 2022, na sequência de uma denúncia e depois de 13 meses fechada em casa pelo filho que mantinha as portas e as janelas trancadas com cadeados, assim como os estores das janelas completamente baixados para que a mulher não pudesse pedir ajuda.
A acusação refere que, entre 21 de janeiro de 2021 e 4 de março de 2022, o homem retirou o telemóvel e agrediu e maltratou a mãe, com problemas de saúde, deixando-a até a passar fome.
A acusação sustenta ainda que o agressor trancou a porta da cozinha para que a idosa não pudesse aceder à comida e privava-a da sua reforma.