Esta terça-feira, reuniu-se o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que reiterou o "pedido de perdão às vítimas" a "determinação em tudo fazer" para que tais crimes não se repitam.
Em comunicado enviado à Renascença, o Conselho Permanente da CEP reafirma o "apreço" pelo trabalho da Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica e renova o apelo "à apresentação de testemunhos de quem tenha conhecimento da ocorrência" de abusos.
"Reiteramos o nosso propósito de tomar seriamente em conta as propostas que esta Comissão venha a fazer e confiamos na justiça civil e canónica, quando devida, para a investigação e o julgamento de casos em apreciação", pode ler-se no documento.
O Conselho mostra "convicção, como tem afirmado repetidamente o Papa Francisco, de que os meios de comunicação social têm um papel relevante no combate a este crime" e agradece o trabalho que realizam na proteção das vítimas, na denúncia de casos de abusos e também no esclarecimento de suspeitas que podem recair sobre quem é injustamente acusado".
Contudo, a mesma nota de imprensa alerta para juízos precipitados: "Sublinhamos a necessidade de não condenar publicamente pessoas ou instituições, a partir de suspeitas não provadas, que não abonam a busca de verdadeira justiça nem os princípios de liberdade e deontologia do nobre papel de informar".
A CEP acredita que, "nas circunstâncias atuais", acima do debate mediático deverá ser necessário "não perturbar o trabalho de estudo e investigação em curso".
Ainda esta terça-feira, a comissão independente comunicou que 90% dos casos de abusos investigados terão prescrito.
De 424 testemunhos validados, apenas 17 seguiram para o Ministério Público, enquanto outros 30 ainda estão sob análise. Contas feitas, se não houver atualizações, significa que 381 denúncias terão prescrito.
O relatório final apenas será apresentado no final de janeiro. "Não transmitimos nenhuns dados nem à Conferência Episcopal, nem às comissões diocesanas", garante Álvaro Laborinho Lúcio, membro da equipa de trabalhos de investigação.
A comissão independente renovou ainda o apelo a que todos os casos de suspeita de abuso sejam denunciados através da plataforma https://darvozaosilencio.org/.