Os concursos para elaboração de projeto da nova Linha de metro Casa da Música - Santo Ovídio e de metrobus Império - Boavista vão ser lançados a 23 de abril e 21 de maio, respetivamente, foi divulgado esta segunda-feira.
A informação relativa à nova linha Porto-Vila Nova de Gaia e ao metrobus para a zona ocidental do Porto foi avançada pelo presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, na reunião do executivo portuense desta manhã.
A ligação de BRT (Bus Rapid Transit] Império - Boavista, no Porto, vai ter uma extensão de 3,70 quilómetros e sete novas paragens, ligando à rede atual na estação Boavista, com rebatimento na Estação Casa da Música, representando um investimento de 66 milhões de euros.
“A Galiza já será servida no início da Circular, na linha Rosa, por outro lado, o Campo Alegre acaba por estar implantado num ponto que acaba por servir a faculdade de Ciências, Letras e Arquitetura”, disse Tiago Braga, justificando a opção Império – Boavista, em detrimento da linha do Campo Alegre.
Nesta altura, indicou, estão a ser desenvolvidos os trabalhos de implantação “em termos de perfis e de adaptação e customização ao território”.
O metrobus (canal dedicado à superfície) da Zona Ocidental do Porto, sucede à solução inicialmente pensada para o Campo Alegre, vai fazer a parte superior da Avenida da Boavista e a Marechal Gomes da Costa, até à Praça do Império, não estando prevista, nesta fase, a continuidade para Matosinhos.
O projeto do metrobus para a Boavista está a ser contestado pelo Núcleo de Defesa do Meio Ambiente de Lordelo do Ouro-Grupo Ecológico (NDMALO-GE) que se mostra preocupado com os impactos ambientais e defende a manutenção da Linha do Campo Alegre.
Com seis novas estações e ligação à rede nas estações Casa da Música e Santo Ovídio, a "segunda linha de metro de Gaia", como é conhecida, tem uma extensão de 6,77 quilómetros, representado um investimento na ordem de 298.700 milhões de euros.
“Quando começámos a desenvolver as soluções, verificámos que uma percentagem muito significativa da procura no eixo Campo Alegre, concentrava-se entre Galiza e Jardim Botânico, com particular ênfase entre a estação da Galiza e a do Campo Alegre, e aí começámos a ter um nó, e essa estação do Campo Alegre, que é a segunda linha de Gaia, que vai entre a Casa da Música, Devesas e Santo Ovídio”, explicou Tiago Braga.
O novo troço obrigará à construção de uma ponte sobre o Douro, cujo concurso de ideias foi lançado a 16 de março.
A nova travessia que vai nascer a cerca de 500 metros a nascente da Ponte da Arrábida, representa um investimento na ordem dos 50 milhões de euros e vai ligar o Campo Alegre, no Porto, ao Candal, em Gaia.
Representando uma parte obrigatória de uma nova linha de Metro que ligará a Casa da Música e Santo Ovídio, a nova travessia, que faz interface com os comboios na estação de Devesas, em Gaia, vai ser executada entre 2023 e 2026, em simultâneo com a nova linha.
Sobre a nova ponte de metro sobre o Douro, Tiago Braga revelou ainda que tem havido interesse dos "melhores gabinetes" de arquitetura do mundo em participar no concurso de ideias a nova travessia entre Porto e Gaia, que terá no júri o arquiteto Souto Moura.
"Tive interações com os melhores gabinetes mundiais, do ponto de vista do projeto e de arquitetura, gabinetes com obras muito importantes, que estão interessados e que tudo indica que apresentarão propostas [ao concurso de ideias] o que é muito importante para a Metro do Porto, mas também para a toda a região", observou, salientando que objetivo era criar "elemento singular do ponto de vista de arquitetura e da engenharia mundial".
Relativamente à futura ponte, o presidente da autarquia, o independente Rui Moreira adiantou que a Câmara do Porto designou o arquiteto Eduardo Souto Moura para integrar o júri do concurso de ideias.