A presidente da Comissão Europeia considerou este domingo "fundamental" que Israel e o grupo palestiniano Hamas acordem um cessar-fogo que permita libertar os reféns e aumentar a ajuda humanitária para combater a fome em Gaza.
"Gaza está a passar fome e é fundamental conseguir um acordo sobre o cessar-fogo agora, rapidamente", disse Ursula Von der Leyen no Cairo, durante a abertura de uma cimeira entre o Egito e a União Europeia que deverá aumentar a cooperação para o nível de parceria estratégica.
Acompanhada dos chefes de Estado dos governos de Itália, Áustria, Chipre e Grécia, a presidente da Comissão Europeia assegurou que os 27 países que compõem o bloco estão "extremamente preocupados com a guerra em Gaza e a catastrófica situação humanitária em curso".
Citada pela agência espanhola de notícias EFE, Von der Leen também disse haver uma "grande preocupação" sobre as consequências de "uma ofensiva em grande escala" por parte de Israel na localidade de Rafah, no extremo sul, junto à fronteira com o Egito, onde se acumulam 1,5 milhões de pessoas que fugiram à guerra.
Uma operação militar "seria devastadora para a vulnerável população civil", apontou a líder da Comissão.
Von der Leyen agradeceu ao Egito por ter sido o principal pilar dos habitantes de Gaza na obtenção de ajuda humanitária através da passagem terrestre, por Rafah, que liga a Faixa de Gaza à Península do Sinai e é a única passagem terrestre no enclave palestiniano que não é controlada por Israel.
A Presidente do Parlamento Europeu afirmou que a UE está a "dar prioridade aos seus esforços para fazer chegar a ajuda humanitária a Gaza através das rotas terrestres, aéreas e marítimas", ao mesmo tempo que afirmou que a UE irá trabalhar com o Egito e outros intervenientes "no sentido de uma paz duradoura baseada na solução de dois Estados", que prevê a criação de um Estado palestiniano independente.
Duas semanas após o início da guerra na Faixa de Gaza, a 07 de outubro, Von der Leyen foi duramente criticada pelo apoio considerado exagerado da CE à resposta de Israel aos ataques do Hamas.