A Frente Comum vai enviar esta segunda-feira ao Governo os nomes dos sindicatos que lhe são afectos e que vão participar nas comissões de avaliação dos trabalhadores precários da administração pública.
“Vamos enviar [hoje] ao Governo um conjunto de nomes de vários sindicatos que pertencem à Frente Comum”, disse aos jornalistas, em Lisboa, a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, referindo que as negociações bipartidas possam, eventualmente, iniciar-se na próxima semana.
Estas comissões vão ser compostas pelos Ministérios das Finanças, do Trabalho e da tutela do serviço em causa e pelos representantes dos trabalhadores.
Segundo Ana Avoila, os sindicatos ligados à Frente Comum, afecta à CGTP, vão estar presentes nas comissões de avaliação para defenderem os trabalhadores, pois muitos daqueles “que têm contratos a termo há muitos anos poderiam não ser integrados nos quadros”.
Além disso, explica, a Frente Comum tem também criticado o Governo, pois considera que o modelo que está em cima da mesa e foi adotado “não é apropriado e dificilmente resolverá todos os problemas” que as comissões vão enfrentar com base na legislação existente.
“Porque são milhares de trabalhadores, pois aponta-se para 118 mil [precários], mas há quem fale de 110 mil”, acrescentou.
Ana Avoila afirma que há uma coisa de que tem a certeza: “É que todos aqueles que estão [os 110 mil] têm de ser considerados”.
A sindicalista está em desacordo com a solução encontrada pelo Governo para avaliar os trabalhadores precários da administração pública, pois entende que se trata, além do mais, de uma questão de “eficácia e eficiência”, pois são milhares, estão “a exercer funções” necessárias e que “há falta de trabalhadores”.
“O trabalho precário é um flagelo que na administração. Tem vindo a crescer e já cresceu desde que este Governo tomou posse, e não pode continuar”, lamentou a dirigente sindical.
Daí que Ana Avoila diga que quer “ver tudo resolvido” nas comissões de avaliação.
“O Governo tem de planificar os seus mapas de pessoal de acordo com as necessidades e não de acordo com a visão economicista de poupança", disse.
"Porque poupança está farto de fazer [o Governo] à custa do congelamento dos salários da administração pública e das carreiras dos trabalhadores, além do que se passou nos últimos quatro anos com o governo PSD/CDS”, concluiu.