A Diocese de Vila Real tem vindo a refletir sobre os efeitos da pandemia de Covid-19 e conclui que a pandemia “agudizou alguns problemas sociais e eclesiais que já existiam e trouxe novas questões que importa refletir e apelam a respostas efetivas da parte de todos”.
Em reunião do conselho presbiteral, os sacerdotes alertaram para consequências “económicas, sociais, familiares, psicológicas e espirituais que a pandemia provocou nas comunidades, com especial enfoque para a solidão, luto, desemprego, cansaço” e manifestaram “preocupação com as gerações mais jovens”.
Também em reunião do conselho pastoral, vieram ao de cima as preocupações sentidas neste “momento de provação, mas também de desafio”.
Os conselheiros manifestaram, sobretudo, preocupação pelas gerações mais novas e respetivas famílias que os acompanham em casa, assim como pelas pessoas que ficaram desempregadas e deram nota de que nas suas realidades eclesiais, paróquias e movimentos se “fortaleceu a solidariedade e o sentido de ajuda ao outro, sobretudo aos mais idosos, doentes e sós”.
A nível espiritual, os membros do conselho pastoral diocesano partilharam a necessidade “da eucaristia presencial”, mas destacaram o reforço do papel da família “como Igreja doméstica”.
“Têm sido importantes, neste sentido, as iniciativas e os subsídios que a diocese e outras entidades eclesiais têm desenvolvido via digital”, pode ler-se no comunicado enviado à Renascença.
Para os conselheiros, a pandemia veio também reforçar “a necessidade de cada vez mais sólida formação cristã dos agentes pastorais”.
Já para o bispo de Vila Real, D. António Augusto Azevedo, que presidiu às duas reuniões, discernir a realidade “através dos pés, ouvidos, olhar e coração, fazendo da Igreja um verdadeiro hospital de campanha, atenta aos sinais de mudança e aos mais frágeis” é um excelente contributo na avaliação dos novos pressupostos e desafios pastorais, apontando como premente a valorização da “Igreja doméstica como chave da vivência e transmissão da fé”.
“Mais do que mudar as coisas, há que mudar os processos”, considerou o prelado, apontando este tempo como “oportunidade” de renovação.
O bispo da Diocese de Vila Real apelou ainda “à esperança e à coragem face aos desafios presentes”, e pediu “reforço das respostas sociais, pastorais e espirituais, que “já estão a funcionar e criatividade para encontrar outras que respondam aos problemas de cada pessoa”.