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De acordo com o coordenador da "task force" para o Plano de Vacinação em Portugal, o vice-almirante Gouveia e Melo, 5,2 milhões de vacinas já foram administradas em Portugal – 3,5 milhões de primeiras doses e 1,8 com duas doses.
Na sua intervenção durante a reunião do Infarmed, nesta sexta-feira de manhã, o coordenador referiu que, até ao final desta semana, cerca de 65% da população entre os 60 e os 69 anos estará vacinada e que cerca de 50% das pessoas com 50 a 59 anos também estarão inoculadas na mesma altura.
“Quando chegamos a cerca de dois terços de uma faixa etária vacinada, começamos a encontrar alguma resistência. A experiência diz-nos que temos de abrir a faixa anterior”, explicou o vice-almirante, que avança que, “se tudo correr bem”, a partir de 6 de junho começa a ser vacinada, com agendamento local, a faixa dos 40 anos, e a partir do final de junho, a faixa dos 30.
O objetivo é chegar ao valor necessário definido para que exista imunidade de grupo (70%), através da finalização da vacinação nas idades a partir dos 30, entre a primeira e a segunda semana de agosto. “A data pode andar 15 dias para a frente ou 15 dias para trás, dependendo da disponibilização de vacinas”, sublinhou.
"Estamos a atingir uma proteção na ordem dos 98%. A estratégia vai passar a ser proteger e libertar a economia. Queremos um país à mesma velocidade, para atingir a imunidade de grupo", disse, acrescentando que, neste momento se começou a reforçar a vacinação em regiões mais atrasadas, como é o caso do Norte, do Algarve, dos Açores e de Lisboa e Vale do Tejo.
No final da sua intervenção, o coordenador da "task force" nacional admitiu que tem dois tipos de preocupações.
"Uma é manter o ritmo de vacinação elevado para poder libertar mais rapidamente a economia, com a preocupação de que os critérios das vacinas seja demasiado restritivo e que implique esse ritmo", começou por dizer.
As outras preocupações do vice-almirante prendem-se com questões mais pequenas, mas "não menos importantes".
"Preocupa-me a qualidade do processo em termos de conseguir ir a nichos, enquanto se mantém o ritmo de vacinação. Preocupam-me algumas bolsas de idosos que vão ficando para trás e, para isso, criámos metodologias para encontrar essas pessoas. Preocupa-me os acamados", grupo que já tem "50% das pessoas vacinadas. Preocupam-me as comorbilidades graves e comunidades isoladas geograficamente, em que os cuidados de saúde são ainda elementares, sem hospitais e centros de saúde", rematou.
Em Portugal, a Covid-19 já provocou 17.022 mortes entre os
847.006 casos confirmados de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2, de acordo
com o
boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.