O presidente do CDS disse hoje, em Santarém, que a política do Governo para a agricultura segue "o discurso politicamente correto do PAN" e está, "pela via da burocracia, a asfixiar as atividades do campo".
Francisco Rodrigues dos Santos visitou hoje a Feira Nacional da Agricultura (FNA), que decorre até domingo, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém, tendo ouvido queixas sobre a insuficiência dos fundos disponíveis para a substituição de tratores, quando, disse, ficaram "mil milhões de euros por pagar" do último quadro comunitário.
Sublinhando o trabalho e a resiliência dos agricultores portugueses no período da pandemia, em que a atividade "foi bastante contraída" e, ainda assim, aumentou a exportação, o líder centrista afirmou que o Governo deve valorizar "este esforço coletivo" feito por "verdadeiros heróis em circunstância de crise".
"Não os pode abandonar. Esta política seguida pela ministra da Agricultura está a produzir graves prejuízos no mundo rural, em primeiro lugar, porque está refém do discurso politicamente correto do PAN, que quer, pela via da burocracia, asfixiar as atividades do campo e, por outro lado, deixou mil milhões de euros por pagar aos nossos agricultores no âmbito do último quadro comunitário", declarou.
Rodrigues dos Santos apontou o caso do programa de substituição de tratores, visando evitar a sinistralidade e aumentar a eficiência energética, em que "houve 10 vezes mais procura do que fundos disponíveis".
"O Governo uma vez mais desconhece a realidade, porque abre linhas de apoio e depois tem fundos manifestamente insuficientes para a procura", disse.
Invocando o tema da edição deste ano da FNA, a água, o presidente do CDS pediu "responsabilidade e liderança política" para que "um recurso essencial para a agricultura" não fique na dependência da vontade de Espanha, referindo o facto de esta semana vários agricultores se terem queixado da falta de água no rio Tejo.
Por outro lado, pediu que a negociação do próximo quadro comunitário ocorra "de forma competente por parte da ministra" da Agricultura, Maria do Céu Antunes, sugerindo que esta esteja "presente nas reuniões".
Este ano com menos expositores e com entradas contabilizadas para cumprir as normas decretadas pela Autoridade de Saúde, a FNA reduziu igualmente os dias do evento - iniciou-se na quarta-feira e decorre até domingo - e prescindiu da realização de espetáculos.
As conferências sobre as temáticas agrícolas decorrem com transmissão "online" ou em modelo híbrido, mas é possível visitar as exposições de máquinas agrícolas e a mostra pecuária, na rua, e, no interior, os "stands" de empresas e de organizações e o salão "Prazer de Provar", onde foram impostas regras para a realização de provas de alimentos e de bebidas.
No espaço exterior funcionam os restaurantes e tasquinhas, também com restrições, e são mantidos eventos da "tradição ribatejana", como as largadas de toiros, condução de cabrestos ou perícia de campinos, bem como diversas provas equestres.