A Diocese do Porto apoia quase 250 famílias com dificuldades no pagamento de rendas ou amortização de créditos
De acordo com dados do Secretariado Diocesano da Pastoral Sócio Caritativa (SDPSC) a que a Renascença teve acesso, as instituições da igreja ajudam também a pagar a fatura da eletricidade a mais de 560 famílias.
Outro dado relevante da ajuda social da diocese é expresso pelo conjunto de famílias - 6.724 - apoiadas pela Sociedade de São Vicente de Paulo.
Estes são apenas alguns dos números que o SDPSC vai analisar num evento evocativo do Dia Mundial dos Pobres, marcado para sexta-feira à noite, em Vila Nova de Gaia.
A ideia, de acordo com o presidente do SDPS, padre Manuel Fernando, é "juntar todos os agentes da ação social" e fazer com que se sintam "comprometidos" no combate "à cultura do descarte e do desperdício".
O evento vai decorrer no Auditório Municipal de Gaia, juntando Conferências Vicentinas, Cáritas, Instituições de Solidariedade, movimentos, grupos e associações de ação social, e é também dirigido "a todos os agentes das instituições sociais da sociedade civil".
"O convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade."
O presidente do SDPSC considera importante refletir sobre a realidade das instituições da Igreja diocesana e lembra que “a diocese tem uma grande IPSS, que é a Obra Diocesana de Promoção Social, que atua sobretudo em zonas frágeis da cidade do Porto, tem a Cáritas Diocesana e a Sociedade de São Vicente ,que apoia mais de 6.700 famílias"
"Isto diz bem das necessidades e dificuldades. E há ainda a atividade das cantinas sociais, das estruturas de apoio a refugiados, para além do roupeiro que apoia 157 famílias”, reforça Manuel Fernando.
“É importante conhecermos os números e os nomes das instituições e onde é que elas estão devidamente localizadas”, sublinha.
O sacerdote revela ainda que a Diocese do Porto tem 110 instituições particulares de solidariedade social que vivem momentos de "enorme dificuldade", muitas vezes "com a corda na garganta" porque estão sem meios para acudir aos pedidos de ajuda e porque passam também por grandes dificuldades financeiras.
“Não tenho dúvidas que há uma enorme dificuldade, em termos financeiros e há dificuldade nos pagamentos porque todas as matérias-primas aumentaram”, aponta.
O também juiz-presidente da Irmandade dos Clérigos admite que “às vezes, a capacidade financeira não permite dar resposta a toda a gente” e afirma que “tudo o que tem acontecido em termos de apoios têm sido autênticos milagres, pois tem-se conseguido fazer a multiplicação do tostão”.
O responsável não tem duvida de que “está em causa a sustentabilidade de muitas instituições, por causa do aumento das matérias-primas e do custo e falta de mão-de-obra".
"Há muitas instituições que não têm capacidade para continuar a viver nestas condições. Na verdade, algumas estão já na linha vermelha e se não houver um olhar atento e cuidadoso para com estas instituições, temo realmente pelo futuro", remata.
A Diocese do Porto assinala "Dia Mundial dos Pobres" com organização de uma conferência que vai discutir a sua realidade sócio caritativa. O evento “Pela Dignidade Humana: Olhar, Sonhar e Agir!, marcado para sexta-feira o Auditório da Assembleia Municipal de Gaia, conta com uma intervenção do bispo auxiliar do Porto, D. Roberto Mariz, sobre a Mensagem do Papa para o VII Dia Mundial dos Pobres.
O bispo do Porto, D. Manuel Linda encerrará os trabalhos que arrancam às 21h30.