O governo alemão anunciou esta sexta-feira um acordo com a Grécia para que aquele país receba de volta os migrantes que inicialmente requereram asilo em território grego e que depois viajaram até à fronteira da Alemanha com a Áustria.
“Alcançamos um acordo com a Grécia”, afirmou uma porta-voz do Ministério do Interior alemão, Eleonore Petermann, durante uma conferência de imprensa, sem fornecer muitos pormenores.
A porta-voz referiu apenas que o acordo ainda terá de ser formalizado, com a troca formal de documentos entre Berlim e Atenas.
Este acordo bilateral com Atenas é um passo importante para neutralizar a crise que afetou recentemente o governo de coligação alemão por causa das políticas migratórias.
Uma disputa com o ministro do Interior e líder do aliado bávaro União Social-Democrata (CSU), Horst Seehofer, levou a que a chanceler alemã, Angela Merkel, procurasse estabelecer acordos bilaterais com alguns países e um quadro europeu para a política de imigração.
Este compromisso com a Grécia segue-se a um outro acordo com a Espanha, que entrou em vigor no último fim de semana.
Na mesma conferência de imprensa, Eleonore Petermann indicou que as negociações com a Itália estão “muito avançadas”. “Partimos do princípio que um acordo também será alcançado", referiu a porta-voz do Ministério do Interior alemão.
A Grécia e a Itália constam entre os principais países europeus onde desembarcam a maioria dos requerentes de asilo na Europa.
No entanto, nos últimos meses, Espanha tem vindo a tornar-se a principal porta de entrada de migrantes na União Europeia (UE) através do mar Mediterrâneo, substituindo Itália, que atualmente adota uma posição política anti-imigração e decidiu fechar os respetivos portos.
Roma tem assumido igualmente numa postura relutante perante um possível acordo sobre o futuro de migrantes que já se encontram em território europeu, exigindo, em primeiro lugar, um reforço das fronteiras externas da UE.