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O acesso a refeições nas escolas enquanto durar o seu encerramento para aulas presenciais vai também passar a ser assegurado para o escalão B da ação social escolar, adiantou hoje o secretário de Estado da Educação, João Costa.
Em entrevista transmitida em direto na rede social Facebook, o secretário de Estado adiantou à revista Forum Estudante que esta é uma das medidas para tentar contornar as desigualdades sociais criadas pela pandemia de covid-19 e o atual contexto de confinamento, que mandou todos os alunos para casa, onde nem todos têm as melhores condições para uma aprendizagem à distância, mas onde também faltam bens essenciais que a escola assegurava.
“Logo numa necessidade muito básica a nossa preocupação foi continuar a fornecer as refeições aos alunos do escalão A da ação social escolar (ASE) e agora vamos alargar às do escalão B, porque sabemos que muitas vezes, para muitas crianças a única refeição que têm no dia é a refeição que têm na escola”, disse João Costa.
O governante referiu o trabalho colaborativo da Educação com outras áreas do Governo, como as Migrações, a Cidadania e Igualdade e a Segurança Social para “garantir por todas as vias que estes alunos” que precisam de mais proteção e apoio “não ficam sozinhos”.
“Nós sabemos que a escola tem uma função importante de alguma proteção social. Infelizmente, nós sabemos que há lares onde há violência, onde há negligência, onde não há comida e a escola é um grande apoio para a identificação destes casos, para ajudar as famílias e para identificar por vezes até situações de violência que precisam de proteção especial. Angustia-me um pouco pensar que este elo de ligação, este elo de proteção, à distância não funciona tão bem”, disse.
João Costa referiu “inúmeras parcerias e disponibilidades” para apoiar estes alunos, vindo de empresas como os CTT, mas também de organizações não-governamentais (ONG), com as quais as escolas se têm articulado para chegar a bairros “onde é mais difícil” chegar, mas também as autarquias, “estruturas de proximidade” com as quais, em conjunto com as comissões de proteção de crianças e jovens se tem tentado encontrar “o máximo de soluções” para chegar a esses alunos.
Portugal regista 599 mortos associados à covid-19 em 18.091 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia. Relativamente ao dia anterior, há mais 32 mortos (+5,6%) e mais 643 casos de infeção (+3,7%).
Das pessoas infetadas, 1.200 estão hospitalizadas, das quais 208 em unidades de cuidados intensivos, e 383 foram dadas como curadas.
Portugal está em estado de emergência desde 19 de março, que deverá ser renovado esta semana por um novo período de 15 dias.