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"Braço esquerdo ou direito?", pergunta a funcionária do centro de vacinação da cidade de Bona a um jovem figurante, que hoje faz o papel de um professor reformado que vai tomar a vacina contra o coronavírus.
"Esquerdo", responde o jovem. A funcionária desinfeta o braço e finge dar a vacina. Hoje ainda é tudo faz de conta - é dia de ensaio geral. Mas a esperança é que, em breve, a vacina contra a Covid-19 chegue à Alemanha e o centro possa finalmente abrir as portas.
O objetivo em Bona é vacinar até 1.000 pessoas por dia no centro de vacinação, sem contar com as equipas móveis que andarão de lar em lar a vacinar centenas de idosos.
"Está tudo pronto", assegura Heiko Basten, oficial dos bombeiros da cidade de Bona. "Assim que a vacina chegar, podemos começar."
Logística complicada
Em poucas semanas, foram criados mais de 400 centros de vacinação na Alemanha, em centros de conferências, como no caso de Bona, ou pavilhões desportivos.
Em Berlim, espera-se vacinar até 20 mil pessoas por dia em seis centros. No estado da Baviera, um dos mais afetados pela pandemia, espera-se que o número ascenda às 30 mil pessoas por dia, em 99 centros.
A Alemanha optou por criar centros de vacinação para, numa primeira fase, facilitar a logística, uma vez que as vacinas terão de ser guardadas e transportadas a temperaturas muito baixas.
No centro de vacinação em Bona, só haverá as vacinas necessárias para o dia, explica o oficial Heiko Basten. "Vamos receber as vacinas do estado da Renânia do Norte-Vestfália por meio de um distribuidor. Aqui, o pessoal farmacêutico irá preparar as vacinas e a vacinação será feita rapidamente."
Os centros de vacinação também permitirão uma melhor visão geral sobre quem já foi vacinado. Na Alemanha, os primeiros a tomarem as vacinas deverão ser os maiores de 80 anos e as pessoas que lhes prestam cuidados, além de pessoal em serviços de urgência ou unidades de cuidados intensivos. Os segundos deverão ser os maiores de 70 anos e, por exemplo, pessoas em centros de asilo ou de sem-abrigo. Em terceiro lugar estão os maiores de 60 anos, pessoas com doenças oncológicas ou autoimunes, polícias, bombeiros e comerciantes.
"Isso significa, para todos nós, que o Inverno vai ser longo", alertou o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn. "Teremos de viver com este vírus durante mais tempo."
A Alemanha conta começar a vacinar a partir de 27 de dezembro, após a aprovação da vacina. De início, só deverão estar disponíveis 400 mil doses, de acordo com Spahn. Prevê-se depois a chegada de outras 11 a 13 milhões de doses até março.
No centro de vacinação de Bona, ainda não se sabe quando chegarão as primeiras doses ou quantas doses serão. Ainda assim, muitos alemães continuam a não confiar na vacina contra o coronavírus. Segundo uma sondagem recente, só 48% dos inquiridos estavam dispostos a tomar já a vacina.