A multinacional norte-americana Apple decidiu atualizar as suas aplicações de mapas e meteorologia para colocar a Crimeia como parte da Rússia.
A alteração foi contestada pela Ucrânia. O Governo de Kiev acusa a empresa de aceitar, tacitamente, a anexação efetuada em 2014.
Os utilizadores da marca denunciaram esta situação nas redes sociais, demonstrando que a Crimeia figura agora na lista de localizações russas, uma decisão que a Apple e outras empresas de tecnologia têm vindo a resistir.
Na imagem do mapa, os utilizadores visualizam uma fronteira entre a Ucrânia e a Crimeia, mas que aparenta desaparecer quando se afasta a perspetiva.
Esta quarta-feira, o parlamento russo informou, em comunicado, que tinha conseguido que a empresa colocasse Simferopol, Sevastopol e outras localizações da Crimeia como território nacional, apelidando as definições anteriores como “imprecisões”.
Esta alteração levou o ministro ucraniano das Relações Internacionais a reagir, publicamente, via Twitter, acusando a empresa de ser “ignorante”.
Esta não é a primeira vez que a Apple está debaixo de fogo devido a questões geopolíticas. Em outubro, a empresa removeu a bandeira de Taiwan em formato emoji do teclado dos utilizadores de Hong Kong, onde estão a decorrer, há vários meses, protestos contra a influência chinesa e o poder político do país.
A Rússia bloqueou o acesso ao LinkedIn, mas tem evitado impor restrições a redes sociais de maior dimensão, como o Facebook.
Moscovo tem atacado fortemente os protestos contra a anexação da Crimeia, apelidando-os de perigos para a segurança nacional e iniciando acusações criminais contra os críticos.
A Crimeia está sob controlo russo desde 2014. Moscovo tem efetuado diversos avanços para que se complete esta integração, nomeadamente, construindo infraestruturas que ligam o país à península.
O Presidente russo, Vladimir Putin, argumenta que os habitantes da Crimeia votaram para esta separação da Ucrânia, ignorando o facto de, em simultâneo, ter estado a decorrer um ataque armado a esta região.
A maior parte dos membros das Nações Unidas continua sem reconhecer esta anexação. Os Estados Unidos e a União Europeia sancionaram mesmo a Rússia, em 2014, devido a esta decisão.