Ministro desafia sindicatos a negociar. “Todos perdem com esta beligerância”
22-06-2018 - 09:01

No dia em que termina o ano letivo, Tiago Brandão Rodrigues esteve na Manhã da Renascença. Não admite que qualquer aluno fique só com a nota do exame para se candidatar ao ensino superior por causa da greve dos professores.

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O ministro da Educação desafia os sindicatos de professores a regressar à mesa das negociações e não deitar fora o que já foi conseguido em processo negocial.

“Ninguém ganha com a beligerância e todos perdem com esta beligerância”, afirmou Tiago Brandão Rodrigues, esta sexta-feira, na Manhã da Renascença.

O ministro garante que o Governo valoriza a carreira docente e que já deu um passo nas negociações do início do ano – passo esse que os sindicatos não aceitam. “Depois de termos dado um passo, os sindicatos não se moveram das posições iniciais”, critica.

Sem prometer recuperar todo o tempo de serviço dos professores, que esteve congelado durante cerca de nove anos, Tiago Brandão Rodrigues reafirma “que existe o que negociar e vontade de negociar, mas para isso é preciso duas partes que possam ser transigentes”.

Realçando que “é importante nunca pôr em causa o direito à greve”, o governante coloca a “tónica no direito à educação e à continuidade do processo pedagógico dos nossos alunos”.

Nesse sentido, afirma respeitar “muito o conselho de turma como órgão pedagógico por excelência” e esperar, por isso, “que o colégio arbitral possa decidir” no sentido de haver serviços mínimos.

No que diz respeito aos efeitos que a greve às avaliações poderá ter para os alunos, Tiago Brandão Rodrigues prefere não comentar, mas diz não admitir que qualquer um fique só com a nota do exame para se candidatar ao ensino superior.

“Isso seria absolutamente irresponsável e não está neste momento em cima da mesa”, afirma.

Os professores estão em greve desde o início de junho. Exigem que o Governo reponha os nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço das carreiras dos docentes que estão congelados desde 2005 e criticam aquilo que consideram ser uma injustiça feita à classe face a outras cuja progressão nas carreiras foi entretanto reposta.

Se não houver acordo, as paralisações podem prolongar-se até outubro.