O número de professores aposentados vai bater um novo máximo mensal em dezembro. No próximo mês saem do sistema de ensino perto de 300 docentes e educadores de infância.
De acordo com as listas publicadas pela Caixa Geral de Aposentações, desde setembro que as saídas têm estado sempre acima das duas centenas.
No total, este ano aposentam-se cerca de 2.400 professores - um valor recorde em quase uma década. É preciso recuar até 2013 para encontrar um número superior quando saíram do sistema de ensino mais de 4. 600 docentes.
A UNESCO já alertou para uma crise global de falta de professores e sublinhou serem necessários 69 milhões de docentes em todo o mundo para dar resposta ao ensino básico universal até 2030.
Num comunicado divulgado para assinalar o Dia Mundial do Professor, celebrado em outubro, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) apelou aos governos para intensificarem o seu apoio ao setor do ensino, tendo em conta as "dificuldades" em "manter o seu pessoal e atrair novos talentos".
“A falta de formação, condições de trabalho pouco atrativas e financiamento inadequado são fatores que minam a profissão e agravam a crise global de aprendizagem”, afirmou a diretora-geral da organização, Audrey Azoulay, na mesma nota divulgada.
Em perspetiva está um novo protesto de professores à porta do Ministério da Educação. A hipótese foi admitida, esta terça-feira pela Fenprof, à saída da reunião com o ministro da Educação.
O ministro João Costa avançou que quer acabar com os Quadros de Zona Pedagógica. Ora, segundo Mário Nogueira, o novo modelo prejudica os professores colocados longe de casa.
Na leitura do ministro, a Fenprof está a levantar fantasmas que não existem. João Costa garante que o processo de descentralização de competências, não prevê transferência das competências pedagógicas e colocação dos professores.