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A organização não-governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF) defendeu, no sábado, que é “imperativo” retirar rapidamente a população da cidade ucraniana de Mariupol, cercada pelo exército russo, devido à situação humanitária “catastrófica”.
“Em Mariupol, a situação é catastrófica e piora de dia para dia”, disse Laurent Ligozat, coordenador de emergências da ONG na Ucrânia.
“Hoje (sábado), já não há água; as pessoas têm enormes dificuldades de acesso a água potável e isso está a tornar-se um problema essencial. Já não há eletricidade, já não há aquecimento. A comida está a acabar, as lojas estão vazias”, descreveu o responsável da MSF, a partir da cidade de Lviv, no oeste do país.
A MSF tinha já equipas naquela cidade portuária estratégica de cerca de 450.000 habitantes antes da invasão russa da Ucrânia, na semana passada. A ONG tem ainda no terreno pessoal, que ali está retido há vários dias.
Após diversos dias de bombardeamentos, a Rússia anunciou no sábado de manhã um cessar-fogo e a abertura de corredores humanitários para retirar os civis encurralados pelos combates em Mariupol, no mar Negro, e na cidade vizinha, Volnovakha, igualmente sitiada.
Mas, logo a seguir, os ucranianos adiaram a retirada da população, invocando violações do cessar-fogo pelas forças russas, o que estas desmentiram.
“Desde há vários dias que simplesmente ninguém entra ou sai da cidade”, lamentou Ligozat, emitindo um apelo aos beligerantes para que permitam que os civis abandonem o local.
“É imperativo que esse corredor humanitário, que poderia ter sido criado hoje (sábado), mas realmente não foi, devido ao desrespeito do cessar-fogo, seja rapidamente criado para permitir às populações civis, às mulheres e às crianças, sair dessa cidade”, exortou.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já fizeram mais de 1,2 milhões de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar e “desnazificar” o país vizinho, afirmando ser a única forma de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo que for necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu enviando armamento para a Ucrânia e reforçando sanções económicas e financeiras para isolar ainda mais Moscovo.