Em média, as famílias portuguesas com estudantes a seu cargo preveem gastar cerca de 363 euros na compra de materiais para o novo ano escolar. As conclusões são de um inquérito do Observador Cetelem, que também apurou que cerca de 40% preveem gastar até 250 euros e 29% querem gastar entre 250 e 500 euros. 22% dos inquiridos ainda não conseguem estimar o valor a gastar.
Este valor representa uma descida de 124 euros face aos 487 euros apurados pela mesma entidade em 2018, o que talvez possa ser explicado pelo alargamento da gratuitidade dos manuais escolares a todos os níveis de ensino até ao secundário.
O estudo – que teve como base uma amostra representativa de 503 indivíduos residentes em Portugal Continental, de ambos os sexos, com estudantes a seu cargo – abarcou todos os níveis de ensino, desde o pré-escolar ao superior, e mostra que os gastos aumentam à medida que os estudantes frequentam graus de ensino mais elevados.
No ensino pré-escolar a despesa média prevista é de cerca de 318 euros, no 1.º ciclo (1.º ao 4.º ano) é de 312 euros, no 2º ciclo (5.º e 6.º ano) é de 355 euros e depois sobe bastante. No 3.º ciclo (7.º ao 9.º ano) é de 406 euros e no ensino secundário é de 450 euros. Este observador chegou ainda a um valor médio da semanada de 20 euros, mas a maioria das famílias (52%) não sabe ao certo o valor que disponibiliza.
Os portugueses que vão obter manuais escolares de forma gratuita referem que o montante que iriam despender neste material será agora utilizado em despesas familiares correntes (57%) e na aquisição de outro material escolar (47%), ao passo que 11% destinam essa verba a poupanças e 5% para férias.
Portugueses poupam pouco para a educação
Apenas 30% dos inquiridos revelam manter economias para a educação dos estudantes a seu cargo e 57% não tencionam ou não sabem se tencionam ter essas poupanças. Por outro lado, 26% admitem recorrer ao cartão de crédito para as compras de início do ano letivo. A maioria dos inquiridos (53%) não prevê recorrer a qualquer tipo de apoio ao estudo.
Outro dado curioso deste estudo diz respeito à utilização de transportes na deslocação até ao estabelecimento de ensino: quase metade dos alunos (47%) desloca-se de carro com a família e 34% a pé, seguindo-se apenas depois os transportes públicos (27%), mesmo com medidas que o incentivam, como os passes.
A maioria dos inquiridos pelo Observador Cetelem (62%) tem apenas um estudante a seu cargo, 34% tem dois e 4% três. Uma grande maioria dos inquiridos (90%) indicam que os seus dependentes frequentam o ensino público; 77% tem a seu cargo estudantes do ensino básico, 22% indica ter estudantes a seu cargo a frequentar o ensino secundário, 15% o ensino pré-escolar e 4% o ensino superior.