Trabalhadores sujeitos a trabalhos agrícolas pesados passavam frio e fome
06-05-2022 - 12:45
 • Olímpia Mairos

Segundo SEF, o modus operandi passava também pelo arrendamento de casas, em regra degradadas, onde colocavam as pessoas que viessem a trabalhar para si, sem condições sanitárias e de higiene.

Cinco pessoas e uma empresa foram acusadas dos crimes de auxílio à imigração ilegal, tráfico de pessoas e associação criminosa, em Serpa, após uma investigação realizada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em 2021.

Dois dos acusados têm já nacionalidade portuguesa e a empresa tinha como objeto a realização de atividades e serviços relacionados com a agricultura e produção animal.

Em comunicado, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras indica que “neste processo foram investigados factos relacionados com a alegada atividade de exploração laboral de trabalhadores estrangeiros irregulares em território nacional, com a utilização de empresas de fachada, os quais eram colocados a trabalhar em tarefas agrícolas na zona de Serpa, e sem receber o que lhes era devido.”

Segundo o SEF, “estes cidadãos eram alegadamente sujeitos a trabalhos agrícolas pesados, várias horas por dia, à revelia da legislação laboral, passando fome e frio. Os arguidos, agora acusados, alegadamente recorriam a ameaças e assumiam posturas agressivas de forma a manterem a sua autoridade.”

“O modus operandi apurado passava, também, pelo arrendamento de casas, em regra degradadas, onde colocavam as pessoas que viessem a trabalhar para si, sem condições sanitárias e de higiene”, lê-se ainda no documento.