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Um parecer do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, da Direção-Geral da Saúde (DGS), indica que as miocardites são 60 vezes menos frequentes em crianças vacinadas contra a Covid-19 do que em infetadas.
“A vacinação contra o vírus SARS-CoV-2 é segura e eficaz em idade pediátrica. As reações adversas são raras, muito em particular no grupo de crianças entre os 5 e os 11 anos", destaca o documento, ao qual a Renascença teve acesso.
Segundo o parecer, as reações adversas são raras, muito em particular no grupo de crianças entre os 5 e os 11 anos.
“Concluímos que as reações adversas são muito raras. Muito mais raras do que noutros grupos etários. A miocardite neste grupo etário é muito mais rara do que nos outros grupos etários”, confirma à Renascença a adjunta Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, Fátima Pinto.
A miocardite após vacinação é também muito rara e geralmente ligeira, com rápida recuperação, parece não ter sequelas e atinge particularmente rapazes na adolescência e jovens adultos.
"Neste contexto, a vacinação assume-se como uma medida que permite diminuir a potencial gravidade do impacto da Covid-19 nas crianças e adolescentes, sobretudo tendo em conta a evidência científica robusta de que a vacina é segura", lê-se no parecer.
O documento também realça que hospitais pediátricos nacionais apontam que "o risco de envolvimento cardíaco em doentes com infeção por Covid, em qualquer idade, é uniformemente pior e mais frequente do que após a vacinação".
“Nós não podemos, do ponto de vista científico, excluir ou dizer que não pode existir miocardite após vacinação. Pode existir. Quais são os números relativos disto? Enquanto a miocardite na infeção por Covid ocorre em 60 crianças em cada 100 mil infetadas, a miocardite da vacinação ocorre em menos de uma por cada 100 mil”, sublinha Fátima Pinto.
O parecer refere igualmente que a agência norte-americana de prevenção e controlo de doenças – CDC (Centers for Disease Control and Prevention) – reportou 11 casos de miocardite em 8.700.000 de vacinas administradas entre os 5 e os 11 anos, e que “todas foram ligeiras e transitórias”.
“Não se conhece mortalidade diretamente relacionada com a vacina”, acrescenta.
“Ao nível mundial, todos concordam que a vacina tem benefícios muito superiores ao facto de se poder ter, em comparação, a infeção. Tem efeitos adversos muito pouco relevantes, portanto, só posso dizer que todos os dados científicos neste momento apontam para que ela é segura e eficaz. Os pais podem estar tranquilos, os profissionais de saúde podem estar tranquilos: pode ser feita”, conclui a adjunta Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, em declarações a Renascença.
Os peritos que elaboraram o parecer defendem, por isso, que a vacinação demonstrou ser eficaz na prevenção da doença grave e na mortalidade e que os efeitos secundários adversos “são raros e pouco significativos”.
Citam estudos recentes para afirmar que em adolescentes vacinados a possibilidade de ter síndrome inflamatória multissistémica (MIS-C) após infeção baixa em 91%.
Quase 4,5 milhões de pessoas já receberam a dose de reforço da vacina contra a Covid-19, cerca de 70 mil das quais na segunda-feira, anunciou a Direção-Geral da Saúde (DGS) esta terça-feira.
[Notícia atualizada às 12h de dia 26, com declarações da adjunta Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares à Renascença]