O impacto da pandemia está agravar-se em todo o território nacional e prevê-se um forte aumento de casos nos próximos dias. A conclusão consta do mais recente relatório de monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19.
"É provavel um aumento de pressão sobre o todo o sistema de saúde e na mortalidade", lê-se no documento.
De acordo com os dados avançados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), a variante Ómicron é já dominante em Portugal, "tendo uma proporção de casos estimada de 82,9% no dia 29 de dezembro de 2021".
Também a taxa de positividade duplicou na útlima semana e fixa-se agora nos 6,7% de casos positivos no total de testes realizados, acima do limiar dos 4% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
"A monitorização em tempo real de casos prováveis da variante Ómicron através da “falha” na deteção do gene S mostra um aumento muito acentuado da circulação desta variante a partir de dia 6 de dezembro de 2021", aponta o mesmo relatório.
Já o número de casos de Covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no Continente revelou "uma tendência estável, correspondendo a 59% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas".
A região do Centro é aquela que apresenta maior ocupação em UCI, acima do limiar de alerta definido. O grupo etário com maior número de casos de COVID-19 internados em UCI é o dos 60 aos 79 anos (92 casos a 28/12/2021).
A nível nacional, o Algarve é a única região com tendência estável no indicador de incidência cumulativa a 14 dias. Quanto à análise por grupo etário, é na faixa 20-29 anos que aumento é mais significativo.
"O grupo etário com 65 ou mais anos apresentou uma incidência cumulativa a 14 dias de 359 casos por 100 000 habitantes, valor superior ao limiar definido de 240 casos por 100 000 habitantes, o que corresponde a um indicador de gravidade muito elevada", indica a DGS.
Em comparação com os valores apresentados no último relatório, o R(t) aumentou em todas as regiões. O Norte passou de 1,08 para 1,40, a região Centro de 0,99 para 1,18, Lisboa e Vale do Tejo de 1,22 para 1,42, Alentejo de 1,08 para 1,28 e Algarve de 0,97 para 1,06.
Entre 1 e 31 de outubro de 2021, os casos com esquema vacinal completo parecem apresentar um risco de hospitalização aproximadamente duas a seis vezes inferior aos casos não vacinados.
Relativamente à ocorrência de óbitos por Covid-19, tendo em conta o estado vacinal, verificou-se que, no mês de novembro, ocorreram 195 óbitos (65%) em pessoas com esquema vacinal completo contra a Covid-19, 10 (3%) óbitos em pessoas com dose de reforço e 95 óbitos (32%) em pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta.
Apesar do número de óbitos entre vacinados superar, no mês anterior, as mortes de não vacinados, importa recordar que o total de portugueses com esquema vacinal completo é, também, muito mais elevado que a amostra de portugueses não inoculados. Assim, o risco de morte para os casos diagnosticados em novembro, medido através da letalidade, por estado vacinal, permanece três a cinco vezes menor nas pessoas com vacinação completa em relação às pessoas sem esquema vacinal completo.
"Na população com 80 e mais anos, a dose de reforço reduz o risco de morte por Covid-19 quase para metade em relação a quem tem o esquema vacinal completo, e reduz mais de cinco vezes o risco de morte em relação aos não vacinados", refere o relatório.