O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta segunda-feira, num artigo de opinião no Jornal Público, que é necessário reduzir o recurso excessivo a horas extraordinárias no Serviço Nacional de Saúde.
“Temos de reduzir o recurso excessivo a horas extraordinárias. Este é um problema simultaneamente dos profissionais que as fazem, mas também do sistema”, entende António Costa.
Na visão do primeiro-ministro, a pedra chave da reforma do SNS está, por isso, “na combinação do alargamento da capacidade de atendimento e dos horários dos centros de saúde e na aposta na referenciação preferencial para as urgências, através da linha de Saúde 24”.
“Como também o é o modelo de horário dos médicos, que garanta o descanso compensatório do trabalho de urgência, mas também a efetividade do seu horário normal de trabalho”, acrescenta, assinalando que são estas “dimensões que contribuem para a diminuição do recurso a horas extraordinárias e para a redução da contratação de tarefeiros”.
António Costa recorda que “o recurso massivo a horas extraordinárias na prestação de cuidados de saúde assenta, em grande medida, num défice de décadas na formação de médicos”, e defende que resposta está na criação de mais cursos de medicina e de mais vagas nas universidades.
“É um imperativo que todos os que têm responsabilidades próprias nesta área não deixem de dar o seu contributo”, sinaliza.
Num texto de resposta a um outro artigo de opinião de António Sarmento, do Hospital de S. João, António Costa assume que, agora que o país tem mais recursos financeiros e humanos, seria inexplicável que as energias não se concentrassem no sucesso da reforma do SNS.
O primeiro-ministro diz ainda que não tem “a menor das dúvidas de que a garantia de termos um SNS com as características como as que consagrámos na nossa Constituição depende da capacidade de todos nos mobilizarmos na reforma da sua organização”.
“Agora que temos mais recursos financeiros e mais recursos humanos, seria inexplicável que não concentrássemos as nossas energias no sucesso da reforma da sua organização. Como sempre, com o envolvimento ativo dos profissionais de saúde, cujas carreiras e condições de trabalho estamos a valorizar”, conclui.