A Infanta Cristina de Espanha e o marido Inaki Urdangarin começaram, esta segunda-feira, ser julgados por desvio de fundos públicos no caso Noós. Esta é a primeira vez desde a instauração da monarquia constitucional no país que um membro da família real se senta no banco dos réus.
Ambos enfrentam penas máximas de oito e 19 anos de prisão, respectivamente, por envolvimento num caso de corrupção que implica antigos homens fortes do PP.
Este processo investiga um esquema supostamente elaborado pelo marido da Infanta e pelo seu sócio para desviar fundos públicos.
O Instituto Noos, de Inaki Urdangarin e Diego Torres, terá obtido mais de seis milhões de euros por trabalhos a organizações públicas. Mas alguns nunca chegaram a ser realizados ou ficaram incompletos. Do valor total, cerca de 2,6 milhões de euros terão sido desviados.
A Infanta é acusada por fraude fiscal, mas a própria Procuradoria trabalha para que Cristina saia do processo. O Departamento contra a Corrupção e a Criminalidade Organizada considera-a um mero “elemento decorativo” no instituto. Contudo, o grupo de extrema-direita “Mãos
Limpas” faz
outra interpretação. Ressalva que a Infanta Cristina é proprietária de metade
da empresa Aizzon, uma sociedade que terá sido usada para desviar os fundos do
instituto.
O julgamento decorre em Palma de Maiorca sob fortes medidas de segurança e está a ser acompanhado por centenas de jornalistas.
Aquando da sua investidura, Felipe VI prometeu uma “monarquia
íntegra, honesta e transparente” e impôs normas de boa conduta aos membros da
Casa Real. Em 2015, o monarca retirou o título de Duquesa de Palma à irmã.