A Rússia foi acusada esta segunda-feira de tentar minar o apoio político do ocidente à Ucrânia ao convocar reuniões do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para criticar a transferência de armas ocidentais para Kyiv.
Numa reunião do Conselho de Segurança na tarde de hoje, o coordenador político do Reino Unido na ONU, Fergus Eckersley, assinalou que se trata da sétima vez este ano que a Rússia convoca uma reunião do Conselho sobre o fornecimento de armas ocidentais à Ucrânia, convidando novamente um orador ocidental para apoiar Moscovo.
"É óbvio o que a Rússia está a tentar fazer. Estes debates são uma prova clara de uma campanha para tentar influenciar a opinião pública no ocidente, para minar o apoio político à Ucrânia. Uma campanha conduzida pelo Kremlin, para servir apenas os interesses do Kremlin", advogou o diplomata britânico.
"Esta campanha pretende ajudar a Rússia a subjugar a Ucrânia e a anexar o seu território, sem que a Ucrânia tenha meios para se defender", acrescentou, com vários diplomatas a defenderem a mesma tese.
A oradora convidada pela Rússia para a reunião de hoje foi Mary Ann Wright, uma coronel aposentada do Exército norte-americano e ex-funcionária do Departamento de Estado que renunciou publicamente ao cargo em protesto contra a invasão do Iraque, e que, durante a sessão de hoje do Conselho de Segurança, criticou Washington por ceder e vender armamento que "alimenta guerras que mata civis inocentes".
Contudo, países como Estados Unidos e Reino Unido defenderam a importância de continuar a apoiar militarmente a Ucrânia com o intuito de travar a Rússia que, "através da violência, viola e enfraqueça os princípios de soberania e integridade territorial que sustentam a ordem internacional e que proporcionam estabilidade ao nosso mundo", argumentou Eckersley.
"É por isso que temos orgulho em apoiar o direito da Ucrânia à autodefesa e é por isso que continuaremos a fornecer à Ucrânia a assistência militar de que necessita durante o tempo que for necessário", frisou o diplomata britânico.
Já os Estados Unidos recordaram que a Rússia adquiriu armamento ao Irão e à Coreia do Norte para a sua agressão à Ucrânia, em violação direta das resoluções do Conselho de Segurança.
"É o cúmulo da hipocrisia a Rússia afirmar perante este mesmo Conselho que o apoio legítimo à autodefesa da Ucrânia está a prolongar o conflito, embora tenha violado repetidamente as resoluções do Conselho de Segurança para alimentar a sua guerra de agressão", disse o diplomata norte-americano John Kelley.
"Estas são resoluções com as quais a própria Rússia concordou. Instamos mais uma vez a Rússia a cessar a sua agressão e a retirar-se do território internacionalmente reconhecido da Ucrânia", reforçou.