As primeiras projeções das eleições legislativas em Itália dão a vitória aos "Irmãos de Itália" de Giorgia Meloni com uma votação entre os 22% e os 26%. A coligação de direita deverá ter um resultado entre os 41% e os 45%.
A confirmarem-se os resultados, Meloni poderá ser a primeira mulher a assumir o cargo. Este resultado pode dar à direita a eleição de 227 a 257 deputados.
Devido à pulverização partidária, nenhum partido deverá obter uma maioria suficiente para governar sozinho.
A direita e a extrema-direita conseguiram um acordo de coligação que poderá levar Giorgia Meloni ao poder, juntamente com o partido conservador Força Itália, do ex-primeiro-ministro Sílvio Berlusconi, e da Liga, de Matteo Salvini, conhecido pela sua política dura contra a imigração.
Salvini deverá ter uma votação entre os 8,5% e os 12,5%, enquanto que Berlusconi não deverá passar os 8%. Aos Moderados que fecham a coligação de extrema-direita e direita as projeções dão um resultado entre 0,5% e os 2,5%.
Salvini diz "Obrigado" aos italianos
O líder da Liga já se mostrou contente no Twitter com a votação da coligação de direita.
"Centro-direita em clara vantagem tanto na Câmara quanto no Senado! Vai ser uma longa noite, mas já quero dizer OBRIGADO", escreveu Matteo Salvini.
A abstenção cifrou-se nos 36%, o pior registo de sempre em eleições legislativas em Itália.
O centro esquerda é o segundo bloco mais votado com um resultado entre os 25,5% e os 29,5%. Este resultado pode valer a eleição entre 78 e 98 deputados.
O Movimento Cinco Estrelas teve um resultado também bastante significativo. Michele Gubitosa, vice-presidente d0 Movimento Cinco Estrelas, considerou que uma votação entre os 13,5 a 17,5% é “importante”.
“Até há pouco, davam-nos como mortos, lembro-me de sondagens num resultado entre os 6 a 8%".
"A direita não tem maioria no país"
"Com esta lei eleitoral a direita tem maioria no Parlamento, mas não tem maioria no país", declarou Debora Serracchiani, porta-voz do Partido Democrático (centro-esquerda), numa primeira reação à vitória de Giorgia Meloni.
Em tese, o mandato do Governo acompanha o mandato do parlamento, que é de cinco anos, mas a Itália é conhecida pelas crises políticas e pelos muitos governos.
Desde as eleições de 2018, os italianos tiveram três governos: dois chefiados pelo líder do Movimento 5 Estrelas, Giuseppe Conte, e outro por Mário Draghi.
As eleições de hoje foram marcadas depois de o Movimento 5 Estrelas ter decidido abandonar a coligação governamental.
[notícia atualizada às 00h55]