O Movimento Alternativa Socialista (MAS) não estará no boletim de voto, mas não é por isso que vai ficar de fora das eleições de 10 de março. Em comunicado, o partido apela ao voto no Bloco de Esquerda, a quem chama de "muleta do PS", mas que tem ao seu lado "boa parte da vanguarda dos "trabalhadores" ao lado dos quais o partido quer estar.
"O voto é crítico, porque exigimos ao BE que não falhe, que não desiluda. Exigimos que o BE seja a voz no parlamento das medidas anti-sistémicas, em defesa das suas condições de vida (aumentos de salários e pensões), de defesa dos serviços públicos, de combate à corrupção e aos poderes dos grandes grupos económicos, de defesa das liberdades e dos direitos de quem trabalha (independente da sua nacionalidade, etnia e género). Exigimos ainda, que o BE não se fique pelas palavras e que seja a voz das medidas que assentam nas mobilizações dos trabalhadores", refere o MAS.
Num comunicado no seu site, onde sublinha uma "séria crise do regime político" e fala das lutas laborais, o MAS critica a maioria absoluta do PS e governos do PSD e CDS, aproveitando para atacar também os " partidos da esquerda 'tradicional'", o Bloco de Esquerda, a CDU e o Livre, que "direcionam hoje a sua estratégia política para serem muleta do PS".
Recusando ficar "em cima do muro", o partido que recolheu mais de 6 mil votos nas últimas eleições legislativas apelou ao voto no Bloco de Esquerda.
O MAS foi impedido de participar nas eleições legislativas de 10 de março, encontrando-se numa disputa interna desde março do ano passado sobre a liderança do partido, entre Renata Cambra, cabeça de lista por Lisboa nas últimas eleições de 2022 e que apresentou listas para este ato eleitoral, e Gil Garcia, em que ambos reclamam ser o legítimo coordenador do MAS.