O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, defendeu esta terça-feira que é necessário "um novo Chaplin para provar que o cinema não é mudo" diante da guerra na Ucrânia, numa mensagem de Kiev transmitida na abertura do 75.º Festival de Cannes.
"Vamos continuar a lutar, não temos outra escolha. Estou convencido de que o ditador vai perder", declarou Zelenskiy, referindo-se ao Presidente russo, Vladimir Putin, e ao filme homónimo de Charlie Chaplin, que mencionou várias vezes.
A sua aparição, via vídeo, na sessão inaugural do certame, causou surpresa na sala e uma ovação do público, após a qual o Presidente ucraniano denunciou as atrocidades da guerra da Rússia na Ucrânia e apelou ao mundo do cinema para não se remeter ao silêncio.
"O cinema vai calar-se ou falar dela (da guerra)?", perguntou.
"Precisamos de um novo Chaplin para nos provar hoje que o cinema não é mudo. O ódio acabará por desaparecer, os ditadores morrerão", acrescentou, em tom grave.
No início de abril, Zelenskiy tinha já intervindo na 64.ª edição dos Grammys, os prémios norte-americanos da música, para pedir ajuda para o seu país.
O Festival de Cannes, cuja 75.ª edição começou esta terça-feira, prometera que a Ucrânia estaria "nos espíritos de todos" ao anunciar, durante o mês de abril, a programação, para a qual foram selecionados vários filmes do país.