O primeiro-ministro já respondeu às 12 interrogações do PSD, levantadas há dois meses, sobre o Banif e as alegadas pressões junto do Banco de Portugal para garantir a proteção de Isabel dos Santos.
Em resumo, as indagações dos sociais-democratas estão relacionadas com a venda do Banif, cujas suspeitas apontam para um possível favorecimento do comprador - o banco Santander - e ainda com a alegada proteção da posição de Isabel dos Santos no EuroBic.
Em 2016, António Costa terá exercido pressão sobre Carlos Costa, o então governador do Banco de Portugal, sublinhando que não poderia ser posta em causa a filha de um presidente de um país amigo..
Como surgiram estas suspeitas?
Através do livro "O Governador", da autoria do jornalista Luís Rosa. Trata-se de uma obra sobre o mandato de Carlos Costa no Banco de Portugal, no qual o ex-governador denuncia as alegadas pressões do primeiro-ministro.
Em entrevistas posteriores, Carlos Costa sublinhou ter recebido telefonemas de António Costa num tom pouco aceitável. No mesmo livro, é levantada a suspeita sobre o alegado favorecimento do Santander na venda do BANIF.
Em resumo, o que responde o primeiro-ministro às questões do PSD?
Na prática, mantém quase tudo o que já havia dito anteriormente. António Costa garante que nunca fez quaisquer diligências a favor da idoneidade de Isabel dos Santos junto do Banco de Portugal "ou de quem quer que seja".
Quanto ao Banif, o primeiro-ministro faz uma cronologia do que aconteceu até à resolução do banco, rejeitando que o Governo tenha tido um papel ativo para precipitar o processo de compra do Banif pelo Santander, em contexto de resolução.
António Costa reconhece ter havido contactos com Carlos Costa. Que contactos foram esses?
O primeiro-ministro revela ter transmitido ao ex-governador do Banco de Portugal, de forma "leal, direta e informalmente", que um bloqueio no acordo alcançado entre os acionistas do BPI – protagonizado por Isabel do Santos – era um risco para a estabilidade do sistema financeiro.
António Costa nega, contudo, ter feito qualquer tipo de pressão.
É um assunto considerado encerrado?
Não propriamente. E haverá duas duas razões que apontam no sentido inverso: por um lado, o PSD deverá reagir às respostas de António Costa. Por outro lado, recorde-se que na sequência das denúncias, que o primeiro-ministro classificou de "falsas e ofensivas", Costa anunciou em novembro que vai processar o ex-governador.
Logo, é um caso que não deve terminar tão cedo.