No primeiro dia da operação “Páscoa em Casa”, a PSP bloqueou vários pontos estratégicos de Braga. Ninguém saiu ou entrou no concelho sem apresentar uma declaração da entidade patronal ou uma justificação válida.
A regra é apertada e é para cumprir até segunda-feira em todos os concelhos do país.
Junto a uma das rotundas no limite da cidade de Braga que dá acesso à estrada nacional para o concelho vizinho, Barcelos, bem como, à A3 e à A11, os agentes da PSP ouviram condutor a condutor o porquê de estar na estrada.
Joana confessou se “surpreendida” com a operação. Estava a caminho do hospital para entregar uma colheita de sangue. “Não estava a contar com isto a esta hora tão cedo. Mas, ainda bem que é assim”, rematou a conversa a condutora.
Já Joaquim Monteiro, que tem uma empresa de prestação de apoio domiciliário a pessoas idosas, admite que já “contava” com a fiscalização das autoridades. “As televisões informam, não é?”, lembrou o empresário que se prepara para enfrentar muitas destas operações nos próximos dias. “Nem eu, nem os meus funcionários vamos poder parar nestes dias. Tenho de circular, não tenho outra hipótese”, diz.
São as exceções feitas às restrições na circulação automóvel permitidas pelas autoridades que, por estes dias, ouve as mais variadas desculpas. A questão, lembra o comissário João Figueiredo do comando territorial da PSP de Braga, é que “nem sempre é fácil verificarmos, no momento, a veracidade do que as pessoas dizem”.
“Quais são as justificações?”, perguntamos. “Vou levar compras a alguém. Tem de fazer compras. Tenho de ir à farmácia. São basicamente essas as desculpas” explica o responsável que, adianta, na hora até são aceites “porque pensamos que as pessoas estão a ser honestas e têm noção da sua responsabilidade”.
É precisamente para apelar ao bom senso e à responsabilidade de cada um para “a necessidade de cumprirem com as limitações” que a PSP leva a cabo a operação “Páscoa em Casa” que vai estar até segunda feira com mais de 400 agentes nas estradas de Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos.
Em Portugal, segundo o balanço feito esta quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).
Dos infetados, 1.173 estão internados, 241 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 205 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00h00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado no dia 2 de abril na Assembleia da República.