A campanha em "memes". O que se disse nos primeiros dois dias?
11-01-2016 - 22:59
 • Inês Rocha

Uma campanha à esquerda centrada no candidato da direita, um candidato da direita que se cola a si mesmo à "esquerda da direita". Confuso? Veja as frases mais fortes destes dois primeiros dias de campanha.

Na Guarda, Marcelo Rebelo de Sousa assumiu-se como o candidato mais abrangente.

Para o candidato da área do PSD, a sua situação não é comparável à de Freitas do Amaral, em 1986, quando perdeu as presidenciais para Mário Soares. “Há aqui uma diferença muito substancial. Eu venho da esquerda da direita e não da direita da direita”, explicou esta segunda-feira, lembrando que o país é complemente diferente.

“Aquelas eleições foram muito dramatizadas em termos ideológicas (direita-esquerda) e muito rígidas”.

Sampaio da Nóvoa andou pelo distrito de Aveiro, atirou cavacas do alto da capela nas festas de São Gonçalinho, visitou a feira de Espinho e a creche da Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Azeméis. O candidato elege a abstenção como o seu primeiro “adversário” nestas eleições. O segundo é Marcelo Rebelo de Sousa.

Este domingo, Maria de Belém apelou ao voto dos portugueses, porque “o tempo não está para aventuras nem para experimentações".

Durante uma acção de campanha no cineteatro de Almeirim, sala de visitas do Ribatejo, a candidata lançou a pergunta: ”Querem em Belém alguém que num dia diz uma coisa e no outro diz outra? Ou querem alguém que se saiba sempre o que diz e que cumpre o que diz e que tem provas dadas?".

Também no domingo, o candidato presidencial apoiado pelo PCP, Edgar Silva, salientou que o antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso, amigo do ex-presidente norte-americano George W. Bush e da chanceler alemã, Angela Merkel, também vota em Marcelo Rebelo de Sousa.

Num Pavilhão Rosa Mota com perto de quatro mil apoiantes, o antigo deputado regional madeirense acusou o ex-presidente do PSD e comentador político de "disfarçar os seus apoios, proclamar a sua independência", e de "ainda há poucos meses", os ter apoiado "abertamente nas legislativas".

A candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda esteve esta segunda-feira no Entroncamento, onde visitou o Museu Nacional Ferroviário.

Marisa Matias defendeu uma rede de transportes públicos que una o país e assegurou que, na rota das presidenciais, espera que haja segunda volta. "É muito claro que, até há muito pouco tempo, Marcelo Rebelo de Sousa falava e dizia: ‘Daqui a umas semanas serei Presidente da República’. Agora, já baixou um bocadinho a fasquia e já vem falar de clarificação", afirmou a eurodeputada.