A Câmara Municipal de Montalegre vai avançar com um projeto que visa salvaguardar o património existente no concelho e, assim, atrair pessoas para o território. “O despovoamento galopante é a razão desta tomada de posição que visa estancar a sangria que vem sendo notada nas últimas décadas”, explica a autarquia.
O projeto prevê a criação de uma base de dados que irá fazer o cadastro de terras e casas devolutas que irão ter outra visibilidade e rentabilidade, após colocação no mercado.
Na plataforma serão incluídas as “construções devolutas ou mesmo aqueles espaços que estão titulados e cujos proprietários, devidamente identificados, não têm condições financeiras de os desenvolver”, explica à Renascença o presidente da Câmara, Orlando Alves.
O autarca considera que “o imenso património, sobretudo imobiliário e rural, que está abandonado e que pode ser, inclusive, onerado em sede de tributação do IMI, pode ser recuperado, revitalizado e ser uma mais-valia no sentido de atrair população ao território barrosão”.
A medida, defende o autarca, pode reverter o “processo acelerado de despovoamento e de envelhecimento” e assim tornar o território “povoado e enriquecido cultural, económica e socialmente, dando vida às emblemáticas aldeias”.
Orlando Alves adianta que “esta medida inédita será direcionada para todo o território nacional, onde há muita gente que se sente seduzida e atraída pelo imenso património ambiental, arquitetónico e paisagístico” da região do Barroso.
A plataforma, acrescenta o líder do município de Montalegre, “será colocada, também, no estrangeiro, para que pessoas que pretendam mudar de país possam ter a oportunidade de povoar as nossas terras”. Nesse sentido, adianta, já há “contactos estabelecidos”.