Vladimir Putin admitiu, esta terça-feira, que poderá aceitar uma mudança na constituição que lhe permita permanecer no poder até 2036.
Num discurso à Duma, o parlamento russo, o atual Presidente, que cumpre o seu segundo mandato consecutivo e quarto, no total, disse que apenas defenderá a mudança
à lei fundamental do país caso o Tribunal Constitucional aprove, mostrando-se até um pouco contrariado com a possibilidade.
A proposta de mudança constitucional foi feita pela deputada Valentina Tereshkova, que pertence ao partido de Putin e tem a particularidade de ter sido a primeira mulher a ir para o espaço.
“Em relação à proposta para remover restrições a qualquer pessoa, incluindo o atual Presidente, em princípio seria possível, mas apenas com uma condição – se o Tribunal Constitucional determinar, oficialmente, que uma emenda desta natureza não contradiz os princípios e as principais provisões da constituição”, disse.
Vladimir Putin é um ex-agente da KGB, mas já disse publicamente que não defende um regresso ao modelo soviético, em que os dirigentes se perpetuavam nos cargos até morrer.
Os russos serão chamados a pronunciar-se sobre a alteração constitucional em abril, através de um referendo. Caso a alteração seja aprovada, Vladimir Putin poderá cumprir mais dois mandatos de seis anos, o que o deixaria no poder até 2036, caso a sua saúde permita. Nessa altura Putin teria 83 anos.
Putin tem dominado a política russa ao longo das últimas duas décadas. Depois de cumprir dois mandatos presidenciais serviu um mandato como primeiro-ministro, trocando de lugar com Dmitry Medvedev, após o qual voltou a assumir a presidência por mais dois mandatos sucessivos. O segundo expira em 2024, o que lhe dá ainda quatro anos para encontrar uma solução.