Covid-19. Daqui a um mês haverá "melhoria gigantesca" nos lares, diz Pedro Simas
27-01-2021 - 01:08
 • José Carlos Silva , André Rodrigues

Especialista do Instituto de Medicina Molecular (IMM) considera que, apesar da dimensão dos números, a situação nos lares de idosos podia ser pior, não fosse a campanha de testagem massiva que identificou funcionários positivos em 648 instituições. "São muitas vidas salvas", sublinha Pedro Simas.

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Os números de mortes por Covid-19 em lares de idosos não surpreendem o virologista Pedro Simas.

Em declarações à Renascença, este especialista do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (IMM) refere que “com o aumento muito grande da infeção na sociedade é impossível não ter um aumento nos lares, mas o que é importante é que, apesar de fora dos lares ter havido um grande aumento, nos lares a aceleração foi 2,8 vezes menor do que fora dos lares”.

Logo, diz Pedro Simas, “em termos proporcionais, morreram 2,8 vezes menos pessoas nos lares de 1 a 20 de janeiro”.

Apesar da dimensão dos números nos lares, Pedro Simas reconhece que o cenário podia ser bem pior, se não tivesse avançado um extenso programa de testagem.

“Desde outubro até agora, fizeram-se 91.581 testes” em 1.244 lares e foram identificados “648 lares com funcionários positivos”, o que leva este investigador do IMM a concluir que, “potencialmente, desde outubro até agora, todo este esforço que se fez, com testagem preventiva e não só, evitou 648 surtos, o que são muitas vidas salvas”.

Dentro, Pedro Simas acredita que o país assistirá a uma “melhoria gigantesca nos lares”, tendo em conta que “a meta da DGS é ter vacinados, pelo menos com a primeira dose, todos os utentes e funcionários dos lares até ao final desta semana”.

Se tal acontecer, “ou mesmo que demore mais uma semana - porque nem sempre as coisas correm como esperaríamos”, o virologista admite que, “ao fim de 14 dias da primeira dose ser dada, temos proteção muito grande contra doença grave”, o que, em princípio, deverá significar que, daqui a um mês, a percentagem de pessoas que fica doente nos lares e que vai ser internada vai reduzir-se substancialmente”.