A missão da Agência Espacial Europeia (ESA) a Júpiter foi adiada esta quinta-feira devido às más condições climatéricas na Guiana Francesa.
A partida do satélite da ESA no âmbito da missão JUICE estava prevista para o início desta tarde (hora portuguesa), mas acabou por ser adiada para amanhã, sexta-feira, se as condições no terreno o permitirem.
A descolagem estava marcada para as 13h15 (hora de Lisboa) a bordo de um foguetão europeu Ariane 5, a partir da base da ESA em Kourou, na Guiana Francesa, mas acabou por ser adiada devido ao risco de raios, minutos antes da contagem final.
Esta missão conta não só com um diretor de operações de voo português, Bruno Sousa, engenheiro aeroespacial que trabalha na ESA há 20 anos, como também com tecnologia lusa.
A JUICE (JUpiter ICy moons Explorer, Explorador das Luas Geladas de Júpiter) irá estudar o maior planeta do Sistema Solar e três das suas maiores luas, Europa, Ganimedes e Calisto, onde os cientistas pensam que possa existir água líquida (elemento fundamental para a vida tal como a conhecemos) sob as crostas de gelo à superfície.
O satélite inclui componentes fabricados pelas empresas portuguesas LusoSpace, Active Space Technologies, Deimos Engenharia e FHP - Frezite High Performance e um instrumento desenvolvido em parte pela Efacec e pelo LIP - Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas.
No entanto, o foguetão Ariane 5 e o satélite Juice encontram-se em condições estáveis e seguras na plataforma de lançamento, indicou a Arianespace num comunicado.
Após uma viagem de oito anos, Juice (JUpiter ICy moons Explorer, Explorador das Luas Geladas de Júpiter) vai fazer relatórios detalhados do maior planeta do Sistema Solar e das luas Europa, Ganimedes e Calisto, onde os cientistas pensam que possa existir água líquida (elemento fundamental para a vida tal como se conhece) sob as crostas de gelo à superfície.
Juice também vai estudar o ambiente complexo de Júpiter em profundidade e o sistema do planeta como um modelo de grandes corpos celestes gasosos em todo o Universo.
O satélite, que será lançado sexta-feira à mesma hora agendada para hoje, deverá chegar ao gigante gasoso passados oito anos, em julho de 2031, fazer 35 voos de aproximação às luas geladas e alcançar Ganimedes em dezembro de 2034.
Será a primeira vez que um satélite artificial orbitará uma lua de outro planeta.
Espera-se que a missão da ESA, que custou cerca de 1,6 mil milhões de euros e teve a colaboração das agências espaciais norte-americana (NASA), japonesa (JAXA) e israelita (ISA) em termos de instrumentação e 'hardware', termine em setembro de 2035.
Os primeiros dados científicos são expectáveis em 2032.
Júpiter é 11 vezes maior do que a Terra e é composto maioritariamente por gás, como o Sol. Ganimedes é a maior das luas do Sistema Solar e tem um grande oceano sob a sua superfície.
A missão da ESA foi concebida para averiguar se haverá sítios em redor de Júpiter e no interior das luas geladas com as condições necessárias (água, energia, estabilidade e elementos biológicos) para suportar vida.
Atualmente, o único satélite artificial em órbita de Júpiter é o Juno, da NASA.
Portugal é Estado-membro da ESA desde 2000.
[atualizado às 15h53]