O Governo assegura que os cinco cidadãos portugueses que vivem em Bata, na Guiné-Equatorial, "estão ilesos e em segurança", depois de, no domingo, várias explosões terem causado mais de 100 mortos e mais de 600 feridos.
"Na cidade de Bata, encontram-se cinco cidadãos nacionais que, como a embaixada de Portugal em Malabo constatou através de contacto estabelecido com todos, se encontram ilesos e em segurança", disse, numa resposta por email à agência Lusa, fonte do gabinete da secretária de Estado das Comunidades, Berta Nunes.
De acordo com a mesma fonte, existem 151 titulares de cartão de cidadão português com morada na Guiné Equatorial.
A cidade portuária de Bata, na parte continental da Guiné Equatorial, foi abalada no domingo por uma série de explosões, que ocorreram num quartel militar, provocando a destruição de edifícios públicos e de mais de uma centena de habitações privadas num raio de quilómetros.
De acordo com o mais recente balanço oficial, pelo menos 105 pessoas morreram e 615 ficaram feridas nas explosões, que deixaram ainda um número indeterminado de pessoas desalojadas.
Nas redes sociais estão a ser partilhadas fotografias de populares com munições pesadas que terão ficado espalhadas pelas imediações e em risco de detonação.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da qual a Guiné Equatorial é Estado-membro desde 2014, manifestou apoio e solidariedade às autoridades do país e Portugal indicou que apoio à Guiné Equatorial "será equacionado em coordenação com a comunidade internacional, nomeadamente no quadro das Nações Unidas e da União Europeia".
Antiga colónia espanhola, governada há 42 anos por Teodoro Obiang, a Guiné Equatorial, um país rico em recursos, mas com largas franjas da população abaixo do limiar da pobreza, integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.
A embaixada de Portugal em Malabo foi aberta na sequência da entrada do país no bloco lusófono.
Desde a sua independência de Espanha em 1968, a Guiné Equatorial, um dos principais produtores de petróleo de África, é considerado pelos grupos de direitos humanos como um dos países mais repressivos do mundo, devido a acusações de detenções e torturas de dissidentes e alegações de fraude eleitoral.
O chefe de estado de 78 anos, Teodoro Obiang, governa o país com mão de ferro desde 1979, quando derrubou o seu tio Francisco Macias num golpe de Estado, e é o Presidente com o mandato mais longo do mundo.