Os camionistas portugueses admitem replicar o protesto francês em Portugal, através de marchas lentas e bloqueios.
Em causa está o preço dos combustíveis e a reivindicação de um contrato coletivo de trabalho para o setor dos transportes.
Esta segunda-feira à tarde, o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d'Oliveira Martins, recebe a Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas, mas caso a reunião seja inconclusiva os protestos podem mesmo avançar, garante o dirigente Márcio Lopes.
“É provável que haja manifestação, não só por causa do Gasóleo, mas por outras questões que se passam no setor, como o contrato coletivo de trabalho que foi agora implementado. Não por sermos contra, mas pela implementação ser muito evasiva na parte financeira das empresas.”
“Há outras questões que estão em cima da mesa que queremos ver resolvidas porque queremos continuar e ter uma atividade justa e equilibrada”, afirma.
Enquanto isso em França, mais de 10 mil camionistas portugueses estão retidos nas estradas do país em consequência do protesto dos camionistas, que ficou conhecido como o protesto dos coletes amarelos.
Devido a esta paralisação há milhares de portugueses que estão retidos no país, explica Márcio Lopes. “Grande parte das empresas que fazem a Europa e passam por França estão a ser prejudicadas. Algures entre 10 e 15 mil camionistas portugueses estão retidos.”
Sem fim à vista para os protestos, a ANTP revela-se preocupado “Temos falado com as associações francesas que nos dizem que aquilo é para continuar, sem data de paragem. Pode chegar a haver falta de alimento ou de outros bens para os camionistas portugueses que lá estão parados”, diz.