O número de mortos no ataque israelita contra casas de um campo de refugiados de al-Meghazi, no centro da Faixa de Gaza, subiu para 106, anunciaram esta segunda-feira fontes hospitalares, citadas pela AP.
Inicialmente, as fontes relatavam cerca de 70 mortos, mas hoje os socorristas recuperaram mais de três dúzias de corpos, que foram levados para o hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah. Este anúncio faz daquele ataque aéreo o mais mortal que Israel levou a cabo por ar desde que declarou guerra ao grupo islâmico Hamas, em 7 de outubro.
O porta-voz do Ministério da Saúde, Ashraf al-Qudra, declarou no domingo que o ataque tinha destruído "um bloco de casas habitadas" e que o número de mortos "poderia aumentar" devido ao grande número de famílias que viviam no local no momento do bombardeamento.
Exército israelita confirma que estão a ocorrer combates "em toda a Faixa de Gaza"
O Exército israelita confirmou hoje que as suas tropas terrestres, aéreas e navais estão a participar em combates conjuntos "em toda a Faixa de Gaza" e atacaram vários "alvos terroristas do Hamas".
"As tropas atacaram vários alvos terroristas do Hamas, incluindo células terroristas identificadas perto das tropas, terroristas escondidos em edifícios adjacentes às tropas e postos militares a partir dos quais os terroristas dispararam contra as tropas", disse o Exército israelita, em comunicado.
O Exército também informou que um avião de combate "eliminou" um comandante do Hamas na zona de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, operação em que foram identificados outros milicianos armados com foguetes, que também foram atingidos pelos aviões do Hamas da Força Aérea de Israel.
Na cidade de Khan Yunis, reduto do Hamas no sul do enclave, as tropas terrestres realizaram um "ataque seletivo" à residência de outro comandante do grupo, em que foram encontradas armas, para procederem depois à destruição da casa.As forças terrestres também eliminaram no norte de Gaza "vários terroristas" que foram identificados num complexo militar do Hamas, uma infraestrutura que foi desmantelada posteriormente por um avião de combate.
"Durante a atividade operacional em Beit Lahia [cidade situada ao norte de Jabalia, próxima a Beit Hanoun e à linha do Armistício de 1949 com Israel] foram localizadas diversas armas pertencentes à organização terrorista Hamas, como espingardas Kalashnikov, dispositivos explosivos prontos usar com detonadores e carregadores", indicou o Exército israelita.
O Exército confirmou a morte de outros dois soldados nas últimas 24 horas, elevando para 156 o número de mortos nas suas fileiras desde o início da ofensiva terrestre na Faixa de Gaza, em 7 de outubro, ultrapassando os 119 mortos na Guerra do Líbano, em 2006.
Os intensos bombardeamentos israelitas em dois meses e meio de ofensiva tiraram a vida a, pelo menos, 20.400 habitantes de Gaza -- 70% de civis, incluindo mais de 8.000 crianças -- e feriram mais de 54.000 pessoas, além de se estimar que existam 7.500 corpos sob os escombros, segundo o último balanço do Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas.O grupo islamita palestiniano Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos.
[notícia atualizada às 15h17 de 25 de dezembro de 2023]