O internacional português Bruno Fernandes, médio do Manchester United, foi um dos primeiros jogadores dos 12 clubes que fundaram a Superliga Europeia a mostrar-se contra a prova.
Nas redes sociais, Bruno Fernandes citou uma publicação do antigo colega de equipa Daniel Podence, que recordou alguns dos momentos icónicos da Liga dos Campeões. O médio dos "red devils" citou a publicação e, em breves palavras, afirmou que "os sonhos não se podem comprar".
Bruno Fernandes é apenas um de 11 portugueses que podem ser excluídos das opções de Fernando Santos na seleção e que poderão ser banidos de participar no Europeu e Mundial, confirmou o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin.
"Os jogadores que vão jogar na Superliga vão ser banidos de jogar no Mundial e no Europeu. Não vão poder jogar pelas seleções nacionais", afirmou.
João Cancelo, lateral-direito do Manchester City, também reagiu à publicação de Podence: "Meu puto", com várias palmas a acompanhar.
Jogadores contra a Superliga
Daniel Podence foi mesmo o primeiro internacional português a pronunciar-se sobre a nova competição. O avançado do Wolverhampton, que soma uma internacionalização, recordou alguns dos momentos icónicos da Liga dos Campeões.
"A bola, a música, o sonho. O vólei do Zidane, o solo do Kaká, o Liverpool em Atenas, o Ole em Barcelona. Há coisas que o dinheiro não compra", escreveu.
Mesut Ozil, antigo jogador do Arsenal e Real Madrid, tambén censurou a ideia: "As crianças crescem a sonhar em vencer o Mundial e a Liga dos Campeões, não uma Superliga. O prazer de estar nos grandes jogos é que acontecem só uma ou duas vezes por ano e não todas as semanas. É difícil entender esta decisão para todos os adeptos de futebol no mundo", afirmou.
O compatriota Lukas Podolski também não aprova a ideia: "Hoje acordo com notícias malucas, um insulto à minha crença. O futebol é felicidade, liberdade, são os adeptos e é para todos. Este projeto é nojento e estou desapontado em ver clubes que representei envolvidos. Lutem contra isso"
Logo pela manhã, Ander Herrera, médio espanhol do Paris Saint-Germain, um dos clubes que rejeitou participar na prova, foi o primeiro atleta a pronunciar-se.
"Apaixonei-me pelo futebol do povo, com o futebol dos adeptos, com o sonho de ver a minha equipa do coração a competir com os maiores. Se esta Superliga avança, esses sonhos acabam, essa ilusão dos fãs das equipas que não são tão grandes de poderem ganhar dentro de campo vai acabar. Amo o futebol e não posso ficar calado. Acredito numa Liga dos Campeões melhorada, mas não nos ricos a roubar o que o povo criou", afirmou.
24 horas de caos no futebol europeu
A criação de uma Superliga Europeia de futebol foi anunciada no domingo por 12 dos principais clubes de Espanha, Inglaterra e Itália, que pretendem desenvolver uma competição de elite, concorrente da Liga dos Campeões, em oposição à UEFA.
“Doze dos clubes europeus mais importantes anunciam a conclusão de um acordo para a criação de uma nova competição, a Superliga, que será regida pelos seus fundadores”, informam os promotores da iniciativa, em comunicado.
AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham “uniram-se na qualidade de clubes fundadores” da Superliga, indica o comunicado.FC Porto rejeita convite.
O FC Porto recebeu contactos informais para integrar a Superliga Europeia, mas Pinto da Costa esclarece que rejeita o convite, por considerar que a nova competição viola as normas da UEFA e da União Europeia.
"Tivemos contactos informais, mas não demos grande atenção. Em primeiro lugar, porque a União Europeia não permite que haja provas em circuito fechado como há nos Estados Unidos, por exemplo. Em segundo lugar, estando a nossa Federação contra isso e fazendo ela parte da UEFA, nós, enquadrados nesse quadro, não podemos estar a participar numa coisa que é contra os princípios e regras da UE e da UEFA", explica o presidente do FC Porto.
Benfica e Sporting também já se mostraram contra a criação da competição.