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Luís Marques Mendes considera que o Papa Francisco começou a viagem a Portugal da melhor maneira, com o discurso proferido no Centro Cultural de Belém (CCB).
Em declarações à Renascença, o conselheiro de Estado diz que o Papa mostrou as suas duas facetas, a primeira delas a coragem, "que leva a que muitos não crentes e muitos não católicos tenham uma profunda admiração" por ele.
"É um papa profundamente corajoso. Ele voltou a reforçar esse sentimento de admiração de todos católicos e não católicos, ao falar, com palavras duras, do drama das alterações climáticas, ao falar da necessidade da paz em vez da guerra, ao criticar exageros do modelo capitalista. Isto são marcas identitárias do Papa Francisco, que o tornam uma pessoa invulgar", afirma.
Marques Mendes realça, ainda, o lado afetuoso do Papa Francisco, "uma marca indelével do pontificado", exemplificado no discurso aos jovens e a Portugal.
"Quando falou de Portugal, da sua história, da sua cultura, dos seus maiores poetas e escritores, da nossa vocação marítima, da nossa capacidade para fazer pontes, foi profundamente afetuoso. Depois, afetuoso, também, em relação aos jovens, que são o elemento central desta Jornada e para quem o Papa começou logo a ter uma palavra importante: são os jovens que não andam pelo mundo a espalhar a raiva, mas sim a espalhar e partilhar a esperança. Ou seja é a marca do afeto", assinala.
Do fado à literatura, o Papa proferiu no CCB um discurso enquadrado pela mitologia clássica e "os traços cosmopolitas" de Portugal, em que apelou ao fim da guerra, criticou a lei da eutanásia e falou aos jovens. Leia aqui o discurso na íntegra e a análise da vaticanista Aura Miguel.