Guterres: "Ucrânia está a ser dizimada aos olhos do mundo"
14-03-2022 - 15:44
 • Cristina Nascimento

Secretário-geral das Nações Unidas prestou declarações aos jornalistas em Nova Iorque. António Guterres pediu "o fim imediato das hostilidades e "negociações sérias".

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O secretário-Geral das Nações Unidas quer o "fim imediato das hostilidades" na Ucrânia. "A Ucrânia está debaixo de fogo e está a ser dizimada aos olhos do mundo. Esta tragédia tem de parar", disse António Guterres.

Guterres pediu ainda "negociações sérias" baseadas na Carta das Nações Unidas e na lei internacional.

Nestas declarações aos jornalistas, Guterres disse ainda que "o impacto nos civis está a atingir proporções terríveis, com incontáveis pessoas inocentes, incluindo mulheres e crianças, a serem mortas" e que, segundo a Organização Mundial de Saúde, "pelo menos 24 unidades de saúde sofreram ataques".

Guterres disse ainda que à medida que o tempo avança há duas certezas: "está a ficar pior" e, "seja qual for o resultado, esta guerra não terá vencedores, apenas derrotados".

O secretário-geral das Nações Unidas revelou que "mais de 600 mil pessoas já receberam algum tipo de ajuda" e que, na Ucrânia, há milhares de pessoas sem água, eletricidade e com dificuldades a acesso a medicamentos.

Para reforçar a ajuda no terreno, Guterres anunciou que as Nações Unidas vão avançar com uma ver de 40 milhões de dólares para poder ajudar quem precisa.

Guterres refere que há quase dois milhões de deslocados ainda dentro das fronteiras ucranianas e que 2,8 milhões já deixaram o país, mostrando-se "muito agradecido pela solidariedade" dos países vizinhos e outros países que acolheram refugiados nas últimas duas semanas. O líder das Nações Unidas lembra que grande parte dos refugiados são mulheres e crianças, uma parte da "população cada vez mais vulnerável".

"Para os predadores e traficantes de seres humanos a guerra não é uma tragédia, é uma oportunidade", disse.

Guterres lembrou ainda que “a perspetiva de um conflito nuclear outrora impensável está agora presente” e que esta guerra vem ameaçar a população a nível global, mas sobretudo os países mais pobres, pressionados por uma escalada dos preços dos bens alimentares.