O porta-voz dos motoristas de matérias perigosas, Pardal Henriques, acusou, esta segunda-feira, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) de ter subornado os primeiros motoristas que saíram de Aveiras de Cima para iniciarem funções no primeiro dia de greve.
“Os primeiros que saíram foram pessoas subornadas”, disse Pardal Henriques em Aveiras de Cima, onde estão reunidos vários motoristas para cumprir a greve que teve início hoje à meia-noite e de onde saíram os primeiros cinco camiões-cisterna com matérias perigosas, cerca das 6h30.
“Mais uma vez, a Antram não está a cumprir o que está combinado. Estão a subornar pessoas para quebrar os serviços mínimos”, afirmou Pardal Henriques aos jornalistas.
O sindicalista reiterou não ter tido acesso às escalas de motoristas que irão cumprir os serviços mínimos, referindo, no entanto, que vários motoristas acusam colegas de terem saído subornados para não fazerem greve.
“As responsabilidades serão apuradas, estamos a reunir provas e daqui a pouco faremos o ponto da situação”, afirmou, sublinhando que a situação “prejudica, mais uma vez, os trabalhadores”.
Os motoristas cumprem hoje o primeiro dia de uma greve marcada por tempo indeterminado e com o objetivo de reivindicar junto da associação patronal Antram o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), tendo-se também associado à paralisação o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).
O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100% e declarou crise energética, que implica “medidas excecionais” para minimizar os efeitos da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.
Neste âmbito, o primeiro-ministro, António Costa, desloca-se hoje pelas 09h30 à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e assiste ao briefing operacional para avaliar o desenrolar dos acontecimentos.
O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100%, racionou os abastecimentos de combustíveis e declarou crise energética até às 23h59 de 21 de agosto, que implica "medidas excecionais" para minimizar os efeitos da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.
Num parecer solicitado pelo Governo, o Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) considera que o executivo "tem direito a fixar serviços mínimos indispensáveis" para satisfazer "necessidades sociais impreteríveis".
Os motoristas reivindicam que a associação patronal Antram cumpra o acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.